19/Abr/2021

O Brasil pode se beneficiar e elevar as exportações de carne bovina para a China, com as medidas anunciadas pelo governo da Argentina, entre elas, o monitoramento e possível restrição dos embarques de proteína animal. Isso se reflete positivamente na indústria brasileira porque diminui a concorrência, em um ano em que o consumo externo já está bastante acelerado. O governo decidiu criar um registro para monitorar as exportações de carne bovina, a exemplo do que foi adotado no governo de Cristina Kirchner.

A medida faz parte de um esforço do país para tentar controlar a inflação dos alimentos, que já é a maior dos últimos 18 meses. O intuito é garantir o abastecimento de alimentos, insumos e bens industriais. O governo argentino já tentou intervir comercialmente no setor anteriormente e o país levou 10 anos para conseguir recuperar a produção e o investimento no segmento depois disso. É uma política de desestímulo à produção e não é só a indústria que paga a conta, mas o produtor também.

Se essas restrições ocorrerem, haverá um rompimento de contratos e um gargalo nos embarques para a China, que pode ser solucionado pelo Brasil. Apesar do cenário de apertada oferta de gado terminado, o Brasil tem potencial para ocupar espaços deixados pelos concorrentes em relação às vendas para a China, especialmente por causa da fraqueza do consumo interno, que força os frigoríficos a direcionarem mais carne para o exterior. Nesse sentido, a notícia pode até fornecer algum impulso aos preços da arroba de boi gordo no País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.