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16/Abr/2021

Boi: confinamento impactado por alta nos custos

O cenário de preços fortalecidos dos grãos e dos bovinos de reposição poderá afetar a produção de gado confinado no segundo semestre de 2021. A oferta restrita foi responsável por impulsionar a cotação do boi gordo no primeiro trimestre deste ano, em que os preços do boi com padrão exportação no mercado físico chegaram a R$ 325,00 por arroba em São Paulo. Nos primeiros três meses deste ano, o mercado futuro do boi gordo seguiu com tendência de alta na B3. A cotação registrou um avanço de 17,6%, chegando a R$ 314,95 por arroba. Esse movimento no mercado futuro foi influenciado pela baixa oferta de bovinos e demanda externa sustentada com a alta do dólar. A disponibilidade de bovinos, a questão cambial e o consumo de carne bovina vão direcionar os preços do boi gordo nos próximos meses. A baixa disponibilidade de bois para abate foi o principal direcionador do mercado, e ofereceu suporte às cotações e comprometeu o alongamento das escalas de abate no primeiro trimestre deste ano.

Diante das valorizações da arroba no mercado físico, os frigoríficos estão mais cautelosos já que a demanda doméstica por carne bovina segue incerta com as restrições da pandemia. Outro fator que comprometeu a oferta de bovinos terminados foi o menor volume de chuvas durante o mês de fevereiro, em que os bois de pasto foram para estruturas de terceiros para engorda, como o boitel. A estimativa é que a entrada desses bovinos no mercado pode avançar ao longo de maio e os frigoríficos vão conseguir alongar as escalas de abate, mas isso vai depender do volume dessa oferta. Assim como os preços do boi gordo registraram valorizações, a cotação da carne bovina no atacado seguiu a tendência de alta e acumulou um ganho de 10,9% no primeiro trimestre de 2021 em São Paulo. Por outro lado, as cotações das carnes suínas e de frango tiveram um movimento completamente diferente.

No mesmo período, a referência da carne bovina despencou, acumulando uma contração de 28,5%, enquanto a carne de frango encerrou o trimestre próximo da estabilidade, com uma valorização de 0,7%. Além da perda da competitividade da carne bovina com as demais proteínas, as incertezas no cenário econômico impactaram a demanda por proteínas animais. O Índice de Confiança do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atingiu em março de 2021 seu menor patamar desde maio de 2020, e a taxa de desemprego, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 14,2% entre novembro de 2020 e janeiro de 2021. As exportações se tornam uma alternativa mais rentável aos frigoríficos diante da valorização do câmbio. No acumulado de 2021, cerca de 343 mil toneladas de carne bovina foram exportadas, isso representa um recuo de 2,9% no comparativo anual, mas um avanço de 2,1% frente à média dos últimos três anos.

A importação de proteína pela China ainda segue incerta para os próximos meses, já que o rebanho de suínos está em recuperação. Contudo, o volume importado deve ser elevado, ficando abaixo apenas do registrado no ano anterior. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), projeta uma redução das importações de carne bovina, suína e de frango de 9,9% em relação a 2020, para 4,6 milhões de toneladas. Algumas agências de notícias estão apontando novos surtos de peste suína africana (PSA) no norte da China e que pelo menos 20% do rebanho reprodutor foi eliminado. É necessário acompanhar atentamente o que vai acontecer na China, visto que a confirmação de surtos mais graves pode comprometer o mercado mundial de proteína animal. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.