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15/Abr/2021

Boi: preços permanecem firmes e oferta é escassa

A escassez de gado terminado e a consequente firmeza do boi gordo seguem limitando o ritmo de negócios no mercado físico. Com a dificuldade de originar matéria-prima para preencher as escalas de abate e diante do enfraquecimento do consumo doméstico de carne bovina, várias plantas frigoríficas paralisaram as atividades. O cenário é muito preocupante, visto que até mesmo as unidades exportadoras, que funcionam com capacidade de abate reduzida, relataram margens negativas. O que tem amenizado o aperto dos frigoríficos exportadores é a acelerada demanda internacional, protagonizada pelo aumento das compras da China desde o mês passado. Por outro lado, as empresas que produzem para o mercado interno avaliam com cautela até que ponto vale a pena pagar mais pela aquisição de bovinos se o consumo não demonstra sinais de reação.

A expectativa era de que, passado o feriado da Páscoa e com o início do pagamento do auxílio emergencial, parte da população retomaria as compras de proteína bovina. Porém, esse movimento ainda não ocorreu, ao menos de forma significativa. Na ponta da oferta, o cenário também é desafiador. O clima seco avança sobre grande parte das regiões produtivas, forçando os pecuaristas a retirarem os bois das pastagens. Agora, a alternativa é continuar a terminação nos confinamentos, mas os custos de alimentação animal preocupam, dada a escalada nos preços do milho e do farelo de soja. Somado a isso, há, ainda, o gasto com gado de reposição, que continua cotado em níveis recordes. Apenas os grandes pecuaristas, que apresentam integração entre lavoura e pecuária, conseguem adequar melhor suas operações, pois conseguem alinhar os custos de nutrição. Em São Paulo, os negócios continuam lentos. O boi gordo está cotado a R$ 316,50 por arroba à vista e a R$ 322,00 por arroba a prazo.

No Maranhão, há escassez de oferta e o boi gordo é negociado a R$ 288,50 por arroba à vista. No Pará, em decorrência da busca de novos lotes por plantas exportadoras, o boi gordo está cotado a R$ 294,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 300,95 por arroba à vista e em Mato Grosso, R$ 302,50 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos se mantêm inalterados. Com a passagem da primeira semana do mês, quando a população recebeu os salários e a primeira parcela do auxílio emergencial, os estoques ainda seguem abastecidos, gerando pouca procura por reposição entre atacado e varejo. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 21,60 por Kg, o dianteiro é negociado a R$ 18,10 por Kg e o da ponta de agulha, a R$ 17,60 por Kg.