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15/Abr/2021

Boi: relação de troca é desfavorável ao terminador

Os preços do boi gordo seguem em alta, mas as contínuas e fortes valorizações do bezerro preocupam o pecuarista terminador. Nesta parcial de abril, dados mostram que a relação de troca de arrobas por bezerro é a mais desfavorável ao terminador, considerando-se toda a série histórica, iniciada em fevereiro de 2000 no caso do bovino de reposição. Em abril, o pecuarista terminador do estado de São Paulo precisa de 9,89 arrobas para comprar um bovino de reposição (nelore, de 8 a 12 meses) em Mato Grosso do Sul, 5,72% a mais que no mês anterior e 5,74% acima do necessário em abril do ano passado (os cálculos foram realizados tendo-se como base valores médios mensais dos Indicadores do boi gordo CEPEA/B3 e do bezerro ESALQ/BM&F, ambos deflacionados pelo IGP-DI de março/2021. Essas 9,89 arrobas necessárias em abril para comprar um bovino de reposição são a maior quantidade de toda a série do Cepea.

O recorde anterior era de maio de 2015, quando foram precisas 9,65 arrobas de boi gordo para a compra do bovino de reposição. Naquela época, vale lembrar, o bezerro também operava em patamares bastante elevados. De fevereiro de 2000 a abril de 2021, a média dessa relação de troca é bem inferior à atual, de 7,65 arrobas para a compra de um bovino de reposição. A menor quantidade, de 6,03 arrobas, foi observada em novembro de 2004. Nesta parcial de abril, o preço médio do boi gordo registra média de R$ 317,27 por arroba, avanços de 2,56% sobre o mês anterior e de 21,8% em relação à de abril de 2020, em termos reais. No caso do bezerro, os aumentos são mais intensos. Neste mês, o Indicador ESALQ/BM&F apresenta média de R$ 3.139,02 por cabeça, elevações de 8,43% na comparação mensal e de expressivos 30,6% na anual, ambos Indicadores são recordes reais das respectivas séries do Cepea.

Muitos terminadores mostram cautela na compra de novos lotes de bezerro, mesmo diante dos elevados preços da arroba do boi gordo. Agentes estão incertos até quando esse movimento de alta nos valores da reposição pode durar. Parte dos agentes acredita que a recente maior retenção de fêmeas pode passar a resultar em recuperação na oferta de bovinos de reposição, especialmente a partir do final da safra, com o início do desmame. Isso poderia frear ou, ao menos, limitar novas altas nos preços do bezerro. Por outro lado, alguns agentes apontam que a oferta de bezerros ainda não deve crescer na mesma proporção da demanda por novos lotes de reposição. De um modo geral, o primeiro semestre ainda pode registrar baixa disponibilidade de bezerro. E um grande desafio do pecuarista será trabalhar com os também recordes preços do milho e do farelo se soja, importantes insumos da alimentação. Esse contexto exige que produtores sigam avaliando com cautela seus custos de produção. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.