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13/Abr/2021

Boi: preço firme e indústria com escalas alongadas

Há maior folga nas programações de abate das indústrias frigoríficas, que conseguiram avançar nas compras de gado terminado antes do fim de semana. Embora tenham sido baixos, os volumes negociados atendem bem à demanda doméstica sazonal deste início de mês. Tal movimentação gerou novas valorizações para a arroba bovina em diversas regiões do Brasil e trouxe morosidade aos negócios. Depois de abastecidas, as indústrias estão ausentes do mercado físico. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 310,50 por arroba à vista e a R$ 321,00 por arroba a prazo. No Maranhão, a cotação é de R$ 281,00 por arroba à vista. No Pará, o boi gordo é negociado a R$ 292,50 por arroba à vista. Em Goiás, a cotação é de R$ 297,88 por arroba à vista; em Mato Grosso do Sul, R$ 300,20 por arroba à vista; e em Mato Grosso, R$ 300,00 por arroba à vista.

Os preços firmes decorrem da oferta limitada de bois prontos para o abate, ainda que haja um leve aumento nessa disponibilidade em algumas regiões. A escassez de boiada gorda é estrutural, resultado de um movimento de retenção de fêmeas por parte dos pecuaristas a fim de recompor o rebanho, após as altas taxas de abate entre 2017 e 2019. Outro fator que ajuda a sustentar os preços do boi gordo em altos patamares é a demanda externa aquecida por carne bovina brasileira. Além de a China ainda estar em processo de recuperação do seu rebanho de suínos, o que mantém a necessidade de importação de grandes volumes de proteína animal, o Brasil continua se beneficiando de um gargalo internacional. É que o avanço da peste suína africana (PSA) em alguns países asiáticos e europeus tem limitado as exportações de outros players e a Austrália, outro importante país produtor, enfrenta problemas estruturais que levaram a uma redução na produção. Em março, por exemplo, as exportações brasileiras de carne bovina in natura e processada avançaram 8% na comparação com o mesmo mês de 2020.

Nesse contexto, a alta nos preços do boi gordo só não foi maior por causa da retração do consumo doméstico, afetado pela crise econômica desencadeada pela pandemia de Covid-19. Porém, a chegada das vacinas pode gerar um excesso de demanda e alavancar ainda mais os preços, caso o confinamento do segundo semestre não seja superior ao do primeiro giro. Em São Paulo, no atacado, a demanda pelos principais cortes bovinos ainda está abaixo do esperado para o início de mês, quando sazonalmente as vendas aumentam por causa da entrada de salários de parte da população. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 21,60 por Kg, enquanto o dianteiro é negociado a R$ 18,10 por Kg e a ponta de agulha, a R$ 17,60 por Kg. Por outro lado, há aumento nos preços do atacado com osso. As carcaças dos animais castrados e inteiros estão cotadas a R$ 19,62 por Kg e a R$ 18,83 por Kg, respectivamente.