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12/Abr/2021

Carnes: alta dos custos preocupa setor industrial

As exportações de carnes de frango e suína no País mantiveram a tendência de 2020 e encerraram o primeiro trimestre do ano com relativa estabilidade no primeiro caso e forte aumento no segundo. Mas, independentemente dessa diferença, uma preocupação é comum nas duas frentes: a forte alta de custos de produção, que pode prejudicar a competitividade das vendas ao mercado externo. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de janeiro a março de 2021, os embarques de carne de frango somaram 1,036 milhão de toneladas, 1,4% a mais que em igual intervalo do ano passado, aumento garantido por uma recuperação expressiva em março. A receita das vendas recuou 4,6% na mesma comparação, para US$ 1,56 bilhão. O País lidera as exportações mundiais da proteína, cuja demanda também está aquecida no mercado doméstico. No caso das exportações de carne suína, a fase favorável aos embarques do Brasil continua, impulsionada pela forte demanda da China, que ainda enfrenta problemas em sua produção, por causa da peste suína africana (PSA), que ainda não foi erradicada e continua afetando a indústria local.

Com mais um recorde mensal em março, o volume dos embarques brasileiros cresceu 21,8% no primeiro trimestre, para 253,5 milhões, e a receita aumentou 22,5%, para US$ 485,1 milhões. A alta de custos não tem um efeito limitador sobre as exportações neste momento, mas já dificulta a competitividade dos produtos brasileiros. O problema é que os preços de milho e soja, grãos básicos para a produção de rações para aves e suínos, continuam em patamares elevados, e não há sinais de que haverá alívio no curto prazo. O Indicador Esalq/BM&F de milho atualmente está cotado a R$ 95,00 por saca de 60 Kg, quase 70% mais que no início de abril do ano passado. No Paraná, a soja é negociada em torno de R$ 172,00 por saca de 60 Kg, alta da ordem de 70%. Nesse contexto, a ABPA voltou a pedir, agora em ofício enviado ao Ministério da Agricultura, a extensão da isenção da tarifa de importação de milho, que expirou no fim de março.

A isenção é considerada necessária para criar opções para o segmento. O intuito é evitar o aumento de preços ao consumidor. A entidade acredita que a disparada do milho no mercado doméstico também está contaminada por muita especulação. Mesmo com parte do plantio do cereal na 2ª safra de 2021 tendo ocorrido fora da janela ideal, o que pode afetar a produtividade, não deverá faltar milho no curto prazo no País. Destaca-se também a necessidade de outros instrumentos para desonerar a importação de milho. A ABPA pediu ao Ministério da Agricultura a criação de uma ferramenta oficial de venda antecipada, que daria à indústria acesso ao volume de milho negociado pelos produtores. O Ministério da Agricultura informou que está analisando a questão, que será decidida pelo Ministério da Economia. O pedido de isenção tarifária para importação será analisado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.