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09/Abr/2021

Boi: preço segue sustentado pelas ofertas restritas

A firmeza nos preços do boi gordo no mercado físico não dá sinais de arrefecimento, uma vez que a oferta de gado terminado nas principais regiões pecuárias continua escassa e a demanda externa se mantém acelerada. Sazonalmente, o momento costuma ser de maior estabilidade ou fraqueza nas cotações, dado o período de entrada da safra do boi. Como esses bovinos não têm chegado ao mercado, o cenário é outro. Novas altas são reportadas em algumas regiões, já que as indústrias com maior necessidade de originar matéria-prima ainda são forçadas a desembolsarem mais pela arroba.

Os destaques são as Regiões Norte e Centro-Oeste do País. Em Mato Grosso, o boi gordo é negociado a R$ 296,50 por arroba à vista. Em Rondônia, a baixa disponibilidade de bovinos impulsiona os preços. O boi gordo está cotado a R$ 293,50 por arroba à vista. No Pará, a cotação é de RS 293,00 por arroba à vista e R$ 295,00 por arroba a prazo. Em Tocantins, o boi gordo está cotado a R$ 296,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 298,20 por arroba à vista. Em São Paulo, por outro lado, indústrias preencheram parte das escalas de abate e estão ausentes do mercado.

O boi gordo está cotado a R$ 315,00 por arroba à vista e a R$ 320,00 por arroba prazo. Os pecuaristas têm aproveitado a temporada antes do início do período da seca, que deve obrigá-los a retirar os bois das pastagens. A preocupação do momento é o custo com os confinamentos, tendo em vista o aumento nos preços de grãos, utilizados para ração animal. Mas, não é essa retenção nas pastagens que limita a oferta de bovinos no mercado. A falta de oferta atual não é mais proveniente de boas condições de pasto, mas sim de questões estruturais do rebanho bovino brasileiro.

No segundo semestre deste ano, o possível retorno do consumo interno, aliado à demanda internacional pela proteína bovina, podem levar o valor da arroba para patamares inéditos, que já se evidenciam nos contratos futuros com vencimento no mês de outubro/2021. Em relação à demanda, o escoamento para o mercado externo segue aquecido e corrobora para a manutenção dos preços. O que limita altas mais expressivas na arroba é a fraqueza do mercado doméstico, que ainda registra um movimento de substituição de consumo de carne bovina por proteínas mais baratas.

Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos se mantêm inalterados. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 21,60 por Kg; o dianteiro segue a R$ 17,60 por Kg, e a ponta de agulha está cotada a R$ 17,60 por Kg. O início de mês, de fato, trouxe uma leve reação das compras de carne. É possível que esse movimento promova repasses aos consumidores, embora a manutenção de preços não seja sustentável no médio prazo, dada a situação frágil de renda do brasileiro médio.