08/Abr/2021

Enquanto as vendas domésticas de carne suína estiveram enfraquecidas ao longo de março, as exportações da proteína apresentaram desempenho recorde no mês. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil embarcou 96,8 mil toneladas de carne suína in natura em março, aumento de 35,4% frente a fevereiro, significativos 53% acima do volume escoado em março/2020 e um recorde, considerando-se a série da Secretaria, iniciada em 1997. No caso da receita obtida com as vendas externas, o incremento foi ainda mais intenso, devido ao câmbio e ao aumento no preço pago pela carne brasileira. Em março, o dólar teve média de R$ 5,64, a maior da história do Plano Real, com avanços de 4,1% em relação à média de fevereiro/2021 e de 15% frente à de março. Quanto ao preço pago pela proteína suína, também subiu 4,1% na comparação mensal e 2,4% na anual, indo para US$ 2,52 por Kg em março.

Diante disso, a receita com as exportações da carne suína somou R$ 1,38 bilhão, montante 46,6% maior que o obtido em fevereiro, expressivos 80,5% superior ao de março/2020 e um recorde. Esse incremento brusco nas vendas externas da carne pode estar atrelado ao retorno mais intenso das compras por parte da China. Recentemente, novos surtos de peste suína africana (PSA) foram registrados no país asiático, colocando em alerta os órgãos chineses. Ressalta-se que novos surtos não eram reportados na China desde agosto de 2020. Vale lembrar que, quando os surtos de peste suína africana perderam o controle na Ásia, ao longo de 2018 e 2019, a intensificação das compras chinesas de carne brasileira gerou choque nos preços domésticos.

Atualmente, as vendas de proteína ao país asiático em volumes recordes trazem certo alívio ao setor brasileiro, que enfrenta fraca demanda doméstica, diante do avanço da Covid-19 no País e das consequentes medidas restritivas, que reduzem as compras de carne por parte de restaurantes e de serviços de alimentação. Além disso, o poder de compra da população está bastante fragilizado. As vendas da carne suína apresentam reação neste começo de abril. Com as negociações mais aquecidas, o movimento de queda nos preços observado ao longo de março foi interrompido, e altas passaram a ser registradas em algumas regiões, especialmente em São Paulo. No Estado, no mercado atacadista, a carcaça especial registra elevação de 5,4% nos últimos sete dias, cotada a R$ 8,84 por Kg. Para os principais cortes, a maior valorização é observada para o pernil com osso, de 4,1%, negociado a R$ 11,55 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.