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07/Abr/2021

Boi: preços seguem firmes em mercado esvaziado

Com parte da indústria fora do mercado, avaliando o resultado das vendas no feriado de Páscoa, o boi gordo pouco oscila no mercado físico. A oferta limitada de gado terminado ainda força empresas a pagarem mais pela arroba em algumas regiões do País, o que sustenta as cotações. É o caso de Minas Gerais, onde o boi gordo está cotado a R$ 301,50 por arroba a prazo. No Rio de Janeiro, a cotação é de R$ 289,00 por arroba a prazo. No Pará, o boi gordo é negociado a R$ 286,50 por arroba à vista e a R$ 300,00 por arroba a prazo. Há registro de altas em Mato Grosso do Sul (0,12%), Goiás (0,07%), Mato Grosso (0,07%). Em São Paulo, a liquidez é baixa, já que as indústrias têm, em média, escalas de abate para os próximos cinco dias úteis. O boi gordo está cotado entre R$ 308,50 e R$ 314,50 por arroba à vista e a R$ 317,00 por arroba a prazo.

A conjuntura de restrição na oferta e fraqueza no consumo doméstico tem pesado sobre as margens de plantas que operam apenas no mercado interno. Muitas unidades de abate cadenciam as compras e a quantidade de plantas operando com capacidade reduzida cresce, mesmo com menos concorrência pela boiada gorda. A perspectiva era de que a chegada do clima mais seco forçaria os pecuaristas a retirarem os bois retidos nas pastagens e ofertá-los no mercado. Porém, mesmo em regiões onde as condições de pasto já não estão boas, os poucos negócios que ocorrem são de pequenos lotes. Isso leva o mercado a crer que a escassez de oferta é maior do que se imaginava, resultado de um movimento estrutural do ciclo pecuário, com produtores retendo fêmeas para aproveitar o momento remunerador da atividade de cria. Só será possível confirmar se houve queda substancial no volume de boiada gorda ao longo do ano.

Se isso for confirmado, o mercado interno poderá sofrer severamente, pois não há nenhuma expectativa de redução da demanda internacional por proteína bovina. Em São Paulo, no atacado, a irregularidade do escoamento foi substituída por uma demanda mais firme no início do mês. O consumo dos principais cortes bovinos ao longo do feriado de Páscoa atendeu as expectativas e foi suficiente para escoar os estoques dos entrepostos. Para esta semana, o recebimento dos salários e da primeira parcela do auxílio emergencial pode trazer grande procura pela carne bovina, gerando movimentação por parte de distribuidores para reposição de estoques e pressionando escalas de abate dos frigoríficos. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 21,60 por Kg; o dianteiro a R$ 17,60 por Kg e a ponta de agulha, a R$ 17,10 por Kg.