01/Abr/2021

Depois de um início de semana com o mercado físico de boi gordo mais esvaziado e preços estáveis, há novos ajustes positivos nas cotações nas principais regiões pecuárias do País. O impulso advém da oferta escassa de bovinos, que mantém a dificuldade da indústria de originar matéria-prima e preencher as escalas de abate. Além disso, o fluxo de negócios evolui de forma tímida, com boa parte dos volumes comercializados sendo direcionada para destinos internacionais. A valorização da arroba ajuda a destravar um pouco a dinâmica de negócios. Em algumas regiões do País, unidades de abate conseguiram preencher as programações já nesta semana, embora também tenham relatado que os carregamentos que aparecem no mercado ainda são pouco expressivos. O mercado está atento à demanda externa aquecida por carne bovina, fator que ajuda na firmeza dos preços.

A expectativa é de que os embarques tenham se acelerado, após a perda de ritmo em janeiro e fevereiro, com o arrefecimento das compras da China por causa do feriado do Ano-Novo Chinês. No mercado interno, o período de início de mês costuma favorecer uma reação na demanda. Mas, em abril, os feriados antecipados e a proximidade da Páscoa tendem a limitar o escoamento do produto para o mercado doméstico, dada a série de incertezas econômicas do País com o agravamento da pandemia. É essa irregularidade nas compras de carne que limita novos aumentos nos preços do produto e aperta as margens dos frigoríficos, enquanto as cotações de boi seguem subindo. O abate de bovinos está reduzido, pois as indústrias buscam adequar a produção à demanda vigente na tentativa de evitar formação de estoques e mais aperto nas desgastadas margens. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 314,13 por arroba à vista e a R$ 317,00 por arroba a prazo.

No Pará, onde além da oferta escassa de gado, as chuvas intensas geraram diversos problemas logísticos, o boi gordo está cotado entre R$ 283,50 e R$ 286,00 por arroba à vista e a R$ 288,34 por arroba a prazo. Também há registro de alta em Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em Rondônia, alguns frigoríficos estão com escalas de abate que atendem a apenas um dia útil. Isso impulsiona os preços. O boi gordo está cotado a R$ 289,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços seguem inalterados. O fluxo de comercialização ainda evolui de forma muito lenta, o que não permite espaço para novas altas nos preços dos principais cortes bovinos. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 21,60 por Kg; o dianteiro a R$ 17,60 por Kg; e a ponta de agulha a R$ 17,10 por Kg.