01/Abr/2021

Os preços do bezerro seguem em forte movimento de alta no mercado brasileiro, renovando, portando, os recordes reais da série histórica do Cepea para esse produto. Os bovinos de reposição (nelore, de 8 a 12 meses) já são negociados acima de R$ 3 mil por cabeça em muitas regiões. Esse cenário se deve à oferta de bezerro abaixo da demanda por novos lotes de reposição. Neste caso, vale lembrar que, em 2020, o abate de vacas foi o menor desde 2003, o que indica que pecuaristas têm segurado as fêmeas, visando recuperar a oferta de bezerros. Do lado da demanda, a elevada procura de frigoríficos por novos lotes de boi gordo para abate, especialmente para atender a exportação, mantém os pecuaristas terminadores ativos nas aquisições de novos lotes de bezerro e de boi magro. O preço recorde dos bovinos de reposição e os também recordes valores de importantes insumos da alimentação pecuária, como milho e farelo de soja, por sua vez, deixam os pecuaristas brasileiros em alerta.

Inclusive, dentre os produtos da cadeia pecuária nacional, o bezerro é o que registra a valorização mais intensa no acumulado de março. Em março, o Indicador do bezerro ESALQ/BM&F (Mato Grosso do Sul) avançou expressivos 8,83%, enquanto o preço médio do boi gordo em São Paulo subiu 3,3%. No caso da carne bovina negociada no atacado de São Paulo, a valorização da carcaça casada do boi é de 3,7%. O mesmo contexto é visto quando a comparação é anual. De março/2020 para março/2021, o bezerro se valorizou 27%, em termos reais, ao passo que o boi gordo avançou 20,7%, e a carne bovina, 10,31%. Ainda que o boi gordo e a carne tenham se valorizado com menos intensidade que o bezerro, os preços atuais também são recordes reais das respectivas séries do Cepea. Em março, o boi gordo foi comercializado em São Paulo acima de R$ 315,00 por arroba e a carcaça casada no atacado, a R$ 20,00 por Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.