ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Abr/2021

Frango: desafios à recuperação do setor em 2021

O Rabobank declara-se “moderadamente otimista” em relação às perspectivas do setor avícola, essencialmente carne de frango em 2021. Observando que os programas de vacinação contra a Covid-19 devem conduzir a uma gradual suspensão das restrições de movimentação ora existentes, permitindo, até meados do ano, o retorno do food-service e do turismo, o Rabobank afirma que isso é essencial para a carne de frango. Cita, por exemplo, que ao representar 35% da distribuição global, o food-service recuperado vai auxiliar a reestabelecer mercados e o comércio mundial. Mas, ao longo desse caminho, a indústria avícola continuará a lidar com um mercado frágil e estará sujeita a inúmeros desafios. Entre eles: o surgimento de novas ondas de Covid-19, especialmente nas Américas e na Europa, com os governos adotando diferentes abordagens de enfrentamento; as grandes diferenças na velocidade dos programas de vacinação, o que permite a alguns poucos países com vacinação mais avançada retomarem suas atividades; a recuperação de China e Vietnã em relação à peste suína africana (PSA); os preços globais elevados de grãos e oleaginosas; em relação à Influenza Aviária, ano de alta pressão sobre a Europa e países asiáticos; embora declinantes, elevados níveis de estoque nos países importadores.

Essas questões continuarão impactando a avicultura de maneira significativa, tanto regional como globalmente, e devem permanecer como desafio para o setor não apenas no trimestre que começa amanhã, 1º de abril, mas também no terceiro trimestre de 2021. Em relação, especificamente, ao Brasil, nos primeiros meses de 2021 o setor foi ainda mais desafiado por forte queda nas exportações e no consumo interno. Neste último caso, os preços avícolas sofreram forte pressão devido ao fim do pacote de ajuda financeira oficial e ao recrudescimento dos casos de Covid-19, com números piores que os da primeira onda. Como no período os preços das matérias-primas continuaram aumentando, as margens dos produtores foram ainda mais reduzidas. Embora o frango inteiro resfriado tenha obtido valorização anual de 31% e o frango vivo de 38%, o custo da alimentação aumentou 112%. Parte do efeito desse custo está sendo neutralizado através das exportações. Mas, quem não conta com esse recurso é forçado a reduzir a produção na busca por adequar-se a uma demanda claramente restrita. Tal situação somente começará a ser minimizada com a retomada do auxílio emergencial oficial e quando houver maior amplitude na vacinação contra Covid-19, medida considerada ponto crucial para sustentar a recuperação da demanda interna. Até agora, somente 8% da população teve acesso aos imunizantes disponíveis. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.