01/Abr/2021

O poder de compra dos suinocultores de São Paulo frente ao farelo de soja se recuperou um pouco de fevereiro para março. Apesar dessa reação, a situação ainda é a pior para um mês de março e uma das mais desfavoráveis de toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2004. Em relação ao milho, o poder de compra do produtor segue caindo pelo sexto mês consecutivo. Além do alto patamar dos preços dos insumos de alimentação, que, segundo a Embrapa, chegaram a representar 82% dos custos totais em fevereiro, o fraco desempenho das vendas internas da carne suína e a consequente desvalorização do suíno vivo deixam os produtores em alerta.

Esse cenário vem mostrando que este ano será, novamente, desafiador ao setor, o que vai exigir que os produtores usem de modo eficaz ferramentas de gestão de seus custos de produção. Em março, o suinocultor da região produtora de São Paulo (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) conseguiu comprar 4,45 Kg de milho com a venda de 1 Kg de suíno vivo, quantidade 13% menor que a de fevereiro e, ainda, 27% abaixo da de março de 2020. Ao considerar apenas os meses de março, o resultado é o pior ao suinocultor desde o início da série histórica do Cepea, em 2004. Quanto ao farelo de soja, em março, foi possível a compra de 2,55 Kg do derivado com a venda de 1 Kg de suíno vivo, 2,2% a mais que no mês anterior, mas queda de 32% em relação a março do ano passado.

A desvalorização do farelo de soja favoreceu a recuperação no poder de compra dos produtores de fevereiro para março. No caso do milho, a forte queda dos preços do suíno vivo associada ao aumento das cotações do cereal reduziram o poder de compra dos produtores frente a este insumo. Na média do mês de março, o suíno vivo esteve cotado a R$ 6,75 por Kg na região produtora de São Paulo (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), retração de 5,7% em relação a fevereiro, sendo também o menor valor nominal desde julho/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.