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30/Mar/2021

Frango: boas perspectivas para mercado em 2021

O Rabobank afirmou estar moderadamente otimista em relação à perspectiva para o setor de carne de frango no restante do ano de 2021. Programas de vacinação contra a Covid-19 permitirão que restrições sejam gradualmente encerradas até o meio do ano, restaurando o turismo e o food service. O food service representa cerca de 35% da distribuição global. Os desafios são novas ondas de Covid-19, diferenças no ritmo de vacinação entre países, peste suína africana (PSA) e gripe aviária e altos preços de grãos. É preciso haver controle na oferta. Os preços de ração devem continuar altos e voláteis. E já que a Covid-19 manterá a pressão na indústria, a disciplina da oferta será necessária no segundo e terceiro trimestres de 2021.

Países que controlaram a produção no fim de 2020 e início de 2021 agora vivem boa recuperação, como Estados Unidos, onde a produção caiu 3% no primeiro trimestre de 2021; e Rússia, onde o recuo foi de 6%. Isso ajudou essas indústrias a se recuperarem e repassarem os maiores custos com ração. Os preços de grãos devem continuar altos ao longo de 2021, embora um pouco abaixo dos níveis do primeiro trimestre. Preços para milho e farelo de soja, porém, vão se manter mais de 50% acima dos níveis do primeiro semestre de 2020. Os produtores devem focar mais em eficiência e formulação da ração neste contexto desafiador.

O preço da ração representa entre 60% e 70% do custo de produção da carne de frango. Na Ásia, o setor de frango pode ser influenciado pela recomposição dos plantéis de suínos de China e Vietnã, que foram assolados pela peste suína africana. A China deve aumentar sua produção de carne suína entre 8% e 10% este ano e o Vietnã, entre 8% e 12%. A produção menor do que se esperava de carne suína na China no primeiro trimestre de 2021, e baixos níveis de produção de carne de frango, deram suporte a uma recuperação dos preços do frango no primeiro trimestre, mas a recuperação da carne suína e um aumento na produção de frango (+10%) vão pressionar preços ainda este ano.

A gripe aviária é outro obstáculo. Ela já está causando oferta relativamente curta na Coreia do Sul (mais de 25 milhões de aves abatidas), Japão e Rússia, e pressiona produtores na União Europeia a usar menos aves. Além disso, as restrições impostas por alguns países interrompem o comércio global de carne e ovos. No caso da carne, Brasil e Estados Unidos vão tomar parte das exportações que a Europa deixará de realizar para mercados na Ásia, América Central e Oriente Médio. O comércio internacional de frango está ficando mais competitivo, com queda de preço de diversos cortes. A indústria de frango dos Estados Unidos foi a grande vencedora no quarto trimestre de 2020, com um aumento de 4% nas exportações. O aumento das vendas para China e México foi particularmente importante.

Por outro lado, a União Europeia registrou queda de 5% nas exportações no trimestre, principalmente por restrições causadas pela gripe aviária. Brasil e Tailândia mantiveram seus volumes embarcados, ajudados por concessões de preço. A expectativa para o Brasil é que a demanda doméstica deve se recuperar sazonalmente e pode ser ajudada por um novo pacote de auxílio econômico. Para o curto prazo, uma maior velocidade nas vacinações deve ser um ponto crucial para manter a recuperação da demanda doméstica, já que só 4% da população foi vacinada até o momento. Importante salientar que a queda no consumo doméstico e o aumento nos preços de grãos reduziram as margens de produtores, embora as exportações realizadas com câmbio desvalorizado tenham neutralizado parte dessa queda. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.