29/Mar/2021

Os negócios evoluem de maneira cadenciada no mercado físico de boi gordo, com volumes pontuais de boiada gorda sendo comercializados, em sua maioria, para o mercado externo. Apesar do fluxo ainda baixo, as indústrias conseguiram avançar nas escalas de abate em algumas regiões do País, mas as programações ainda são curtas, atendendo a uma média de quatro dias úteis. O mercado travou e cada vez menos indústrias têm ido às compras e algumas até paralisaram atividades, em função da dificuldade de originação. Os frigoríficos são forçados a pagarem mais para originar matéria-prima, ao mesmo tempo em que precisam minimizar o repasse de custos aos preços da carne bovina, já que o mercado doméstico não demonstra capacidade de absorção.

O mercado varejista continua a sofrer com o fraco escoamento de carne bovina, o que deve se acentuar com a proximidade da Páscoa, período em que o consumo de carnes brancas, principalmente de peixe, aumenta consideravelmente. A expectativa, porém, é de que a entrada de abril e o início do pagamento do auxílio emergencial possa fornecer um fôlego para o consumo interno. A demanda externa aquecida é o que mantém girando as atividades da indústria, com a China tendo retomado as compras em março após os dois primeiros meses do ano terem sido mais fracos.

O cenário ainda é muito positivo para os embarques, com o Brasil se aproveitando da retração na produção de gado da Austrália, importante player internacional, e da variação cambial. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 313,00 por arroba à vista e a R$ 317,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, a oferta escassa de bovinos elevou a cotação para o recorde de R$ 293,50 por arroba à vista e a R$ 300,00 por arroba a prazo. No Pará, as escalas de abate estão extremamente curtas, entre 2 e 3 dias úteis, em abatedouros voltados ao atendimento do mercado internacional. A cotação é de R$ 280,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, o boi capão está cotado a R$ 19,01 por Kg e o boi inteiro a R$ 18,20 por Kg.