ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

29/Mar/2021

Boi: preço da carne pode recuar entre abril e maio

Desde o ano passado o preço da carne bovina tem subido no Brasil, chegando a um aumento de 18% em 2020. Isso tornou o alimento uma espécie de vilão na mesa dos brasileiros. Em fevereiro, a carne subiu 1,72% na comparação com janeiro, segundo o IPCA publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês passado. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), diferente das outras culturas de produção animal, a pecuária de corte tem um ciclo médio de 30 a 50 meses, ou seja, pode levar de dois anos e meio até cinco anos. E é justamente por causa desse longo período que o País enfrenta agora um momento da falta de bovinos. Entre 2016 e 2018, houve um momento em que a arroba estava desvalorizada, o produtor abateu diversas fêmeas e, assim, reduziu a produção de bezerros. Justamente para equilibrar as contas.

O preço aumentou porque há menos bois para o abate, mas isso não quer dizer que pode faltar carne bovina, porque o País é autossuficiente na produção do alimento. O Brasil importa pouca carne, concentrado as compras externas em carne gourmet ou super premium, que seguem para as churrascarias e steakhouse. O País é o segundo maior produtor do mundo e o maior exportador. Mesmo com a baixa quantidade de bovinos para consumo, não deve faltar carne bovina. O valor do alimento tem uma diferença de impacto na mesa das pessoas que moram nas grandes e pequenas cidades. Quando se fala do interior, são cidades em que a demanda e a oferta são ajustáveis. Nos grandes centros, a demanda é mais volátil, justamente por conta da quantidade de pessoas. Possivelmente, o consumidor da cidade grande sinta mais os impactos, enquanto nas cidades pequenas há uma distribuição mais rápida e direta por estar próxima dos centros produtores.

Uma vez que os moradores das grandes cidades sentem os impactos dos altos valores nas compras, a população com menor renda também é a mais afetada pelo preço da carne. Isso pode justificar as pessoas preferirem outros tipos do alimento. Uma parcela da população carente prefere outras proteínas como o frango, que tem uma produção industrial alta e é uma das carnes que vem sendo mais consumidas por esta classe. A partir de agora, com a mudança no cenário da produção do gado, é possível que o brasileiro possa retomar o consumo da carne bovina com um preço mais acessível. Por causa das chuvas, no final do ano passado, a produção de pastagens avançou. Há uma grande quantidade de bois que serão abatidos nesse primeiro semestre. Deve haver manutenção do preço da carne bovina no próximo mês e, depois, no final de maio, será possível observar uma queda nos preços.