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25/Mar/2021

Boi: exportação e queda nos abates eleva o preço

A escalada de preços do boi gordo ao longo do ano passado e a manutenção dos patamares recordes neste começo de 2021 deixam mais que evidente que, além da demanda internacional aquecida, a oferta de bovinos para abate está baixa no Brasil. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste mês confirmam esse cenário. Em 2020, foram abatidas 29,55 milhões de cabeças no País, 9,05% a menos que no ano anterior e 7,24% abaixo do total de 2018. Trata-se, também, do menor volume desde 2011, quando 28,82 milhões de cabeças foram abatidas no Brasil. Neste caso, vale ressaltar que, ainda que o volume abatido em 2011 tenha sido inferior ao observado em 2020, os preços do boi gordo não subiram com força naquele ano, apenas se mantiveram relativamente estáveis em praticamente todo o período, entre R$ 202,00 e R$ 221,00 por arroba em termos reais (as médias foram deflacionadas pelo IGP-DI de fevereiro de 2021).

Isso ocorreu porque, apesar de baixa, a oferta ao longo de 2011 era suficiente para atender à demanda, diferente do observado em 2020 e nestes primeiros meses de 2021. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), enquanto em 2011 foram exportadas pelo Brasil 820 mil toneladas de carne bovina in natura, em 2020, foram quase um milhão de toneladas a mais, somando a quantidade recorde de 1,725 milhão toneladas. O abate de fêmeas (vacas e novilhas) somou 10,77 milhões de cabeças em 2020, representando 36,45% do volume total de bovinos, contra 40,91% em 2019 e 41,53% em 2018. Trata-se, também, do menor volume de fêmeas abatidas em três anos. Em 2018 e 2019, foram abatidas, respetivamente, 13,23 milhões e 13,29 milhões de fêmeas.

Ressalta-se que o recuo na participação de fêmeas sobre o volume total em 2020 ocorreu principalmente pela diminuição mais intensa no abate de vacas. No ano passado, foram abatidas 7,66 milhões de cabeças de vacas, forte queda de 19,91% sobre 2019 e a menor quantidade desde 2003. Para as novilhas, foram 3,1 milhões de cabeças em 2020, recuo de 16% frente ao ano anterior. Neste caso, o menor abate de vacas é resultado dos preços recordes do bezerro e dos bois magro e gordo ao longo dos últimos anos, que fizeram com que pecuaristas segurassem essas fêmeas, com o objetivo de gerar mais animais, especialmente por meio de inseminações. A inseminação artificial foi recorde em 2020, atingindo 22% das vacas de corte no ano, contra 16% em 2019, confirmando o movimento de retenção das fêmeas no mercado nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.