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23/Mar/2021

Boi: preços sustentados na demanda de exportação

O mercado físico de boi gordo deve apresentar maior morosidade nos negócios e estabilidade nos preços neste início de semana, após os ajustes positivos observados na sexta-feira (19/03). As indústrias avaliam com cautela as vendas do mercado atacadista no fim de semana que passou. A expectativa quanto ao consumo doméstico não é muito positiva, em função do período de fim do mês, somado à época de Quaresma, que antecede a Páscoa e costuma afetar as vendas de carne bovina. Outro fator que chama atenção no caso da demanda interna é a nova onda de restrições para conter a propagação do coronavírus. Os lockdowns adotados por várias cidades brasileiras aumentam a incerteza quanto à retomada econômica do País, que influencia no consumo de proteína animal.

A expectativa está sendo depositada no retorno do pagamento do auxílio emergencial, em abril. Mas, por enquanto, a capacidade do mercado de absorver novos repasses aos preços do produto segue limitada, o que aperta ainda mais as margens da indústria. A disponibilidade de gado também continua restrita, com pecuaristas mantendo por mais tempo seus bois no pasto e, consequentemente, contribuindo para a sustentação da arroba. No curto prazo, é possível que esse cenário sofra leves ajustes, com o descarte de fêmeas que não conseguiram reproduzir na estação de monta. Entre maio e junho, entretanto, novos volumes de boiada gorda são esperados. Mas, é possível que não sejam suficientes para pressionar os preços.

Com a fraqueza do consumo doméstico e a manutenção dos preços em altos patamares, os frigoríficos têm se ausentado das compras de gado terminado, exceto os habilitados para exportação. As indústrias, principalmente as de pequeno e médio porte, voltadas ao abastecimento do mercado interno, ainda estão fora do mercado, adotando férias coletivas e redução na capacidade de abate. As poucas ainda atuantes nas compras de bois terminados enfrentam escalas de abate curtíssimas, entre 1 e 3 dias úteis. As escalas estão encurtando. Em São Paulo, as programações recuaram um dia na comparação semanal. Em Goiás, as indústrias encerraram com quatro dias úteis, também um dia abaixo da média parcial.

Em Mato Grosso do Sul, por outro lado, as escalas avançaram um dia com a relação à média parcial dos últimos 12 meses, para cinco dias úteis. A demanda existente é para exportação. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 310,00 por arroba à vista e a R$ 317,00 por arroba a prazo. Bovinos que atendem aos requisitos para exportação continuam cotados a R$ 315,00 por arroba à vista. Em Santa Catarina, o boi gordo está cotado a R$ 286,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que concentram muitas unidades exportadoras, a cotação é de R$ 300,00 por arroba à vista e R$ 298,00 por arroba à vista, nesta ordem. Em Goiás, a cotação é de R$ 295,15 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, o boi capão passou de R$ 18,99 por Kg para R$ 19,01 por Kg. O boi inteiro caiu de R$ 18,31 por Kg para R$ 18,20 por Kg.