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22/Mar/2021

Boi: preço firme com oferta escassa e exportação

Os preços do boi gordo continuam firmes no mercado físico, tendo como suporte o ritmo acelerado das exportações e a oferta ainda restrita de bovinos prontos para o abate. A tendência para o curto prazo é de que o cenário de descompasso entre oferta e demanda persista, ao menos enquanto não ocorre uma alteração nos fundamentos. Assim, os negócios continuam evoluindo pouco, mas em algumas regiões há registro de ajustes positivos nas cotações. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 307,00 por arroba à vista e a R$ 315,00 por arroba a prazo. O aumento é ainda maior na cotação de bovinos mais jovens, que atendem aos requisitos para exportação, que são negociados agora a R$ 315,00 por arroba à vista.

Na ponta da demanda, o consumo externo não dá sinais de arrefecimento, ajudando a sustentar os preços do boi gordo. A China, principal destino da carne bovina brasileira, se mantém ativa no mercado, mesmo que esteja avançando na recomposição do seu plantel de suínos. Ainda assim, o mercado acompanha com cautela a identificação de novos focos de contaminação de peste suína africana (PSA) na China, após a doença ter dizimado o plantel nos últimos anos, forçando os chineses a aumentarem significativamente as importações de proteína animal. O retorno da doença pode interromper a recuperação do país e manter alta a necessidade de compras externas.

No mercado doméstico, por sua vez, o escoamento de carne bovina segue irregular. É que a crise econômica decorrente da pandemia de Covid-19 levou a um movimento de substituição de consumo, com a população migrando para proteínas mais baratas. Soma-se a isso o retorno de medidas restritivas para contenção da doença, que pode derrubar mais uma vez as vendas do food service, e o período de Quaresma, com a redução nas compras de carne vermelha antes do feriado de Páscoa. A expectativa é de que o pagamento do auxílio emergencial, a partir de abril, resulte em aumento nas vendas do produto, como observado no ano passado.

Além da fraqueza da demanda interna, os frigoríficos precisam lidar com a escassez de oferta de gado terminado, outro ponto que limita quedas nos preços da arroba. O baixo volume de bois disponível decorre de um movimento de retenção de fêmeas por pecuaristas que optam por maximizar a rentabilidade, dado o aumento nas cotações do gado de reposição. Enquanto isso persistir, a oferta tende a ficar mais apertada, mesmo com a proximidade da safra de boi. No curto prazo, são esperados novos volumes provenientes do descarte de fêmeas que não emprenharam na estação da monta, mas a probabilidade de que isso pressione as cotações é baixa.

No Acre, a dificuldade na originação de matéria-prima tem impulsionado os preços e o boi gordo está cotado a R$ 257,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso, a cotação está entre R$ 295,00 e R$ 299,00 por arroba à vista. Na Bahia, o boi gordo está cotado a R$ 279,00 por arroba à vista. O Estado é uma exceção, pois condições climáticas adversas prejudicaram o pasto e obrigaram os pecuaristas a ofertarem seus bovinos no mercado, gerando escalas de abate confortáveis e negociações em patamares de preços menores. Em Goiás, a cotação é de R$ 293,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços seguem inalterados. O boi capão é negociado a R$ 18,99 por Kg e o boi inteiro, a R$ 18,31 por Kg.