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17/Mar/2021

Boi: demanda por tecnologia no setor está em alta

O salto na cotação da arroba do boi gordo e exigências cada vez maiores por eficiência operacional e ambiental têm favorecido um aumento exponencial do uso de tecnologia em todos os elos da cadeia produtora de animais. No campo, a ordem é aumentar a produtividade, e, ao mesmo tempo melhorar a gestão e o controle do rebanho, na chamada pecuária de precisão. Nos frigoríficos, plataformas digitais ganham espaço como forma de reduzir desperdícios, melhorar a comunicação e agilizar a resolução de problemas. O fato de o produtor estar mais capitalizado, em função dos preços recordes do boi gordo no mercado doméstico, incentiva investimentos. Com a valorização do produto final do pecuarista, a demanda por genética cresceu muito. Apesar da crise, o setor foi beneficiado pelas fortes exportações e pelo auxílio emergencial, que conseguiu com que uma parcela da população mantivesse o consumo de carne.

A ONG ligada ao setor pecuário National Wildlife Federation (NWF) acredita que o momento é vantajoso para o pecuarista investir em tecnologias que possam melhorar a gestão do processo produtivo. O cenário é muito propício para a pecuária porque a demanda está maior do que a oferta. Além desse fator, há uma percepção no mercado de mudança de mentalidade dos produtores quanto às melhorias tecnológicas. E é isso o que tem liderado a corrida do setor em direção a ferramentas de gestão, de monitoramento, aumento na conversão alimentar e até mesmo melhoramento genético, e não apenas o aumento da arroba. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o pecuarista que quer prevalecer na atividade precisa investir em tecnologia. A variação dos preços do boi gordo no mercado físico não é capaz de explicar, sozinha, o aumento da demanda por tecnologia porque esse é um investimento que exige planejamento e estruturação por parte do produtor.

A Embrapa Pecuária Sudeste acredita que a pandemia de Covid-19 escancarou para os pecuaristas os benefícios dos sistemas digitais de monitoramento do gado, por exemplo. A situação do isolamento social aumentou a percepção do consumidor final e do próprio pecuarista de que a automatização de processos pode ser benéfica no sentido de fazer com que o homem participe do processo de produção pecuária de uma forma diferente, fazendo trabalhos mais qualificados. O principal motivo disso é que a rede de sensores instalados nas áreas de pastagem e em colares colocados nos bois nas fazendas, por exemplo, garante o gerenciamento da produção à distância. Graças a esse sistema, é possível ver de casa se o gado está na área de pastagem determinada pelo planejamento da fazenda. E o mais importante: é possível identificar se o comportamento é compatível com o de um bovino saudável.

O sensor é capaz de detectar qualquer alteração de comportamento e, nesses casos, dispara um alerta. A partir disso, a equipe pode acionar o médico veterinário de campo para recolher o bovino do centro de manejo, analisar e fazer uma intervenção de forma precisa e precoce. Em outra fase da cadeia, a pandemia acelerou a implementação de iniciativas tecnológicas na indústria. É o caso da BRF, que dá andamento a um projeto de digitalização e de implementação da indústria 4.0 nas suas plantas frigoríficas. A empresa tinha uma jornada de transformação digital já desenhada, mas as restrições decorrentes do coronavírus fizeram com que houvesse avanço em algumas medidas, especialmente as que envolvem clientes consumidores e parceiros integrados, que somam mais de 9 mil. Quem estava mais digitalizado enfrentou melhor a pandemia. A BRF já estava com os parceiros conectados via aplicativo e isso ajudou muito. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.