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17/Mar/2021

Boi: mercado de genética cresce entre pecuaristas

Os pecuaristas que optaram por investir em tecnologia no longo prazo fizeram o mercado de genética bovina crescer em 2020. A rentabilidade da atividade, em função da oferta escassa de bois, demanda externa aquecida por carne bovina e consequente salto nos preços da arroba estimularam novos investimentos. Foi isso o que levou a demanda por inseminação artificial no Brasil a crescer 30% em 2020. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) acredita que o incremento da procura por esse tipo de tecnologia está associado, principalmente, a uma mudança de mentalidade do produtor. A Genex, multinacional de genética bovina, cresceu 28% em faturamento no ano passado, apesar dos desafios impostos pela pandemia do coronavírus, como o aumento dos custos de insumos indexados ao dólar.

O isolamento social forçou a empresa a adaptar o modelo de negócios, antes muito focado na visitação e na divulgação em feiras e eventos. A conjuntura econômica favorável para a proteína animal, contudo, permitiu que a empresa ampliasse em 93% a sua participação no mercado de inseminação artificial da raça nelore. Em termos de resultados, 2020 foi muito positivo e a perspectiva para 2021 continua favorável, com a manutenção do ciclo de alta remuneração ao pecuarista. De fato, a aposta na inseminação artificial gera uma melhora na genética do rebanho, o que influencia em melhor produtividade e qualidade da carne, fazendo com que o produtor consiga preços ainda mais altos na venda dos bovinos. Quando o cliente adota essa tecnologia, ele só vai perdê-la se vender os animais.

O DNA do touro melhorador que está lá dentro vai continuar elevando a produtividade do rebanho. A perspectiva de que ainda há espaço para esse mercado crescer neste ano fez com que a companhia lançasse um e-commerce para comercializar sêmen de animais e outros produtos. A iniciativa, desenvolvida no segundo semestre do ano passado e lançada recentemente, faz parte do processo de transformação digital da Genex. A projeção é captar de 15% a 20% de clientes a mais com a plataforma, o que levaria a um faturamento 10% maior nos próximos 12 a 18 meses. A Genex também viu um aumento de 15% no número de propriedades clientes que aderiram aos seus sistemas de gestão da produção em 2020.

A multinacional tem aplicativos e dois programas de gerenciamento, um para gado de leite e outro para gado de corte, que são oferecidos de forma gratuita para os compradores de genética bovina. Esse acompanhamento é muito importante para que o produtor monitore quais bovinos estão participando da estação de monta, com qual touro as matrizes estão sendo inseminadas, e daí é possível extrair relatórios que ajudem nas decisões de manejo. Essa parte a empresa ainda não monetiza porque é interessante que os clientes consigam enxergar que podem ganhar mais dinheiro gerindo melhor e usando mais da nossa tecnologia. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) afirmou que o mercado viu uma mudança na mentalidade dos produtores, que levou à ampliação na demanda por tecnologia.

Eles estão atentos que hoje precisam produzir cada vez mais, usando cada vez menos insumos, no menor tempo possível e com menor agressão ao ambiente. Apesar de o ano passado ter sido atípico, o setor cresceu de uma forma surpreendente. O número de sócios da associação, por exemplo, alcançou 23.039, com a adesão de 472 produtores em 2020. O Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), criado e implementado pela ABCZ para avaliação genética de animais, cresceu mais de 10%, somando 301.122 vacas inscritas. Até o momento, a ferramenta conta com 124 mil animais genotipados e 1.678 criadores participantes. O programa tem como base uma ferramenta eletrônica que faz a coleta de dados, o processamento dessas avaliações e a orientação sobre o uso dos resultados.

A partir desse sistema, os criadores conseguem utilizar as informações compiladas para potencializar o seu objetivo com a tecnologia, promovendo acasalamentos dirigidos, por exemplo, de acordo com as características que ele precisa no bezerro. A associação trabalha no desenvolvimento de um projeto que vai criar uma certificação de qualidade da carne 100% zebuína para atender a diferentes mercados. Ainda não definimos os critérios dessa análise, mas será feita uma inspeção inicial no local dos bovinos e acompanhamento das fases de cria e engorda, ainda que de forma digital. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.