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17/Mar/2021

BRF avança na implementação da indústria 4.0

A implementação de tecnologias já está na agenda das indústrias frigoríficas há anos, mas a conectividade e a digitalização dos processos nunca estiveram tão em voga. A BRF, por exemplo, dá andamento a um projeto de digitalização e de implementação da indústria 4.0 nas suas plantas frigoríficas. A expectativa é de que, até o fim do ano, as 28 unidades da empresa no País estejam 100% digitalizadas. Até o momento, esse número está em oito. "Em 2021, todas as nossas unidades fabris e agropecuárias vão estar conectadas, com instalação de redes wifi, conectividade e monitoramento da produção em tempo real", disse o diretor de engenharia da companhia, Cicero Suzin. Uma dessas unidades é a de Lucas do Rio Verde (MT), que em janeiro passou a ter um ambiente 100% conectado de forma digital, com todas as operações sendo acompanhadas via aplicativo nos smartphones.

Agora, se algum problema é identificado dentro da unidade, o diretor ou gerente conseguem enxergar o que está ocorrendo e interagir com o supervisor local em tempo real, conta o executivo. Isso ganha uma importância ainda maior porque a unidade é uma das maiores da América Latina e antes da digitalização as soluções de problemas eram bem mais lentas. "As etapas produtivas vão se corrigindo na hora, com redução de desperdício, de tempo de movimento e aumento de eficiência operacional", cita Suzin. Em dezembro do ano passado, no BRF Day, os executivos já haviam destrinchado um plano de investimentos previsto para os próximos dez anos. Para 2021, especificamente, uma das estratégias era melhorar em 3% a produtividade das operações, aumentar em 0,26% o rendimento, reduzir em 3% o consumo de água e energia elétrica, diminuir em 35% as perdas operacionais, além de ter 34% menos ociosidade fabril.

Na ocasião, eles afirmaram que a adoção de novas tecnologias devia continuar sendo o mote do aprimoramento de eficiência operacional da BRF nos próximos anos, com a iniciativa conhecida como Fábrica Digital, que garante agilidade nos controles e processos, e a chamada Fábrica Inteligente, que traz uma série de insights com base em dados originados em métricas e sistemas analíticos. Parte das iniciativas previstas para este ano foi acelerada por causa da pandemia do coronavírus, que trouxe, com o isolamento social, o aumento nos desafios de gestão da operação. Nesse sentido, a empresa se debruçou sobre a comunicação e na relação com as granjas integradas à companhia - cerca de 9 mil. A ideia era de que elas tivessem cada vez mais acesso a aplicativos, big data e sensores para a coleta de dados, uma vez que as visitas presenciais foram praticamente suspensas.

Agora, os produtores podem monitorar o dia a dia de trabalho, os alojamentos, os animais, estoques de rações, além de realizar pagamentos e conversar com parceiros pelo aplicativo Agro BRF. Outro foco da empresa é a chamada indústria 4.0, que engloba o uso de tecnologias mais robustas, como inteligência artificial, machine learning e IOT (internet das coisas), por exemplo. Atualmente, a implementação está concentrada em duas fábricas: a de Marau (RS) e a de Buriti Alegre (GO). Nessas unidades, a BRF espera concluir os experimentos de automatização dos processos até o início do terceiro trimestre deste ano. Em seguida, a empresa deve avaliar os resultados para, aí sim, concretizar as soluções e expandir a tecnologia para outras plantas. Para além da gestão e da produtividade, as soluções digitais também funcionam para atender a demandas como a prevenção de doenças sanitárias.

O diretor global de TI da BRF, Antonio Carlos Cesco, conta que a empresa está realizando um experimento com advanced analitycs para identificar possíveis riscos nos lotes de animais. A ferramenta capta dados históricos dos lotes da companhia, com informações como conversão alimentar e mortalidade, e gera um modelo estatístico que faz uma projeção futura de saúde animal. Antes dessa possibilidade, esse trabalho de análise era feito de forma braçal, com base apenas no conhecimento técnico dos funcionários da empresa. "O sistema nos diz que, de acordo com tais ocorrências ou sinais, há uma tendência de o animal desenvolver o problema X ou Y", explica Cesco. "É uma correlação de dados do que já vimos no passado para entender o que pode acontecer no futuro e prevenir". Fonte: Agência Estado.