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11/Mar/2021

Boi: carne não acompanha a valorização do gado

Os preços do boi gordo seguem em firme movimento de alta no mercado interno, ainda influenciados pela oferta enxuta de bovinos prontos para o abate e pelo recente reaquecimento nas exportações brasileiras da carne. Em São Paulo, no atacado, os valores estão enfraquecidos neste começo de março. Neste caso, os agentes atacadistas alegam dificuldades no repasse das contínuas valorizações do boi gordo à proteína. Além da menor demanda doméstica, tendo em vista o atual poder de compra fragilizado da população brasileira, diante do cenário econômico, o baixo ritmo de vendas no atacado acaba sendo reforçado justamente pelo elevado patamar de preço da carne bovina. O preço médio do boi gordo em São Paulo apresenta valorizações de 10,5% em 2021 e de 21,45% em 12 meses.

A carcaça casada do boi, por sua vez, registra avanços inferiores, de 6,85% em 2021 e de 11,3% em um ano. Com o boi gordo se valorizando mais que a carne bovina, a diferença entre os valores desses produtos está se ampliando. Na parcial de março, enquanto o boi gordo registra média de R$ 302,59 por arroba, a carcaça casada tem média de R$ 289,80 por arroba, ou seja, forte diferença de R$ 12,79 por arroba. A diferença atual é a maior desde agosto de 2016, quando esteve em R$ 14,39 por arroba, em termos reais (todos os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). Em março do ano passado, o cenário era o oposto, com a carne apresentando vantagem de R$ 11,25 por arroba sobre o boi gordo. Naquele mês, as médias deflacionadas estavam em R$ 249,14 por arroba para o boi gordo e em R$ 260,40 por arroba para a carne bovina.

O fato de a carne ser comercializada a patamares bem abaixo dos do boi gordo, vale lembrar, prejudica a margem especialmente dos frigoríficos que trabalham apenas com o mercado interno, já que os exportadores conseguem ter certo alívio com a venda da carne em dólar. Na parcial de março, a moeda norte-americana registra média de R$ 5,70, sendo 5,16% superior à de fevereiro e 16,32% acima da de março de 2020. No caso das carnes concorrentes, a carne suína apresenta desvalorização de 1,25% neste ano, enquanto o frango inteiro resfriado avança 1,53%, com as médias de março a R$ 11,16 por Kg e a R$ 6,35 por Kg, respectivamente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.