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11/Mar/2021

Leite: Brasil deve elevar produção no 1º semestre

O crescimento da produção de leite estagnou no quarto trimestre de 2020, avançando apenas 0,6%, pois o tempo seco e os altos custos com ração reduziram a produção. Os preços agrícolas mantiveram-se em níveis elevados no início de 2021, em torno de R$ 2,00 por litro (US$ 0,37 por litro), e são suficientes para que os produtores façam margens adequadas, apesar dos recordes dos preços domésticos dos grãos que continuam a ser impactados pela desvalorização do Real. A economia como um todo desacelerou depois que o auxílio emergencial do governo foi interrompido no quarto trimestre de 2020, e isso impactou a demanda por leite e outros produtos alimentícios no início de 2021. A chegada tardia da estação chuvosa no final de 2020 foi insuficiente para evitar um declínio na disponibilidade de pastagem em algumas regiões, especialmente nas Regiões Sudeste e Sul no início de 2021.

A limitação de pastagens e os altos preços dos grãos aumentaram nos últimos meses, impactando negativamente a produção de leite nas fazendas do Brasil. O Rabobank espera que a produção de leite avance apenas moderadamente no primeiro semestre do ano, cerca de 1% em termos de volume. A recuperação da economia brasileira permanece incerta nesta fase. O programa de vacinação teve algum progresso nas últimas semanas, mas a disponibilidade limitada de vacinas significou um ritmo mais lento do que o esperado. A pandemia continua forte e provavelmente causará mais restrições à mobilidade no segundo trimestre de 2021, impactando ainda mais a atividade econômica. Enquanto isso, o programa de auxílio emergencial do governo deve ser estendido a partir de março. O efeito das transferências de renda para o mercado de laticínios em 2020 foi muito significativo e ajudou a sustentar as compras em níveis elevados por muitos meses.

Portanto, uma extensão em 2021 deve fornecer algum suporte às vendas no varejo em um momento em que a recuperação econômica permanece fraca e os números de infecção são extremamente altos. As importações avançaram 23% em 2020 em relação a 2019, apesar da desvalorização do Real. Isso foi possível devido aos altos preços locais do leite e à demanda estável apoiada pelo programa de auxílio emergencial do governo. No entanto, é improvável que se repita esse desempenho para as importações no primeiro semestre de 2021, haja vista que os preços internacionais aumentaram e o Real brasileiro continuou apresentando desempenho inferior ao dólar norte-americano. Além disso, a demanda doméstica mais fraca limitará o apetite do Brasil por leite importado por enquanto. Se os ganhos de recuperação econômica se fortalecerem no segundo semestre de 2021 e se a moeda se recuperar um pouco, as importações poderão ter outro ganho em 2021. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.