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09/Mar/2021

Boi: preço pode oscilar com maior oferta no físico

Os preços do boi gordo no mercado físico podem voltar a oscilar no curto prazo, com a perspectiva de oferta de novos lotes de bovinos terminados a pasto. Até a semana passada, a baixa disponibilidade de gado terminado seguia dificultando a aquisição de matéria-prima pelas indústrias, que tentam ampliar as escalas de abate pagando preços menores. Na última semana, as programações das escalas de abate chegaram a aumentar em grande parte das regiões. O mercado ainda segue com escassez de oferta, porém com o aumento na cotação do dólar frente ao Real (superior a R$ 5,60) a demanda externa está aquecida. Houve pequena recuperação no mercado interno, porém as operações seguem em mar de incertezas. Em São Paulo, a semana passada encerrou com as escalas atendendo até 6 dias úteis, em linha com a média parcial dos últimos 12 meses no Estado. Em Goiás, as empresas fecharam a sexta-feira (05/03) com a programação alcançando 3 dias úteis, dois a menos que a média parcial anual.

Em Mato Grosso do Sul, frigoríficos têm matéria-prima para os próximos 5 dias úteis, alinhado com a média parcial. As indústrias observam o lento escoamento de carne bovina no mercado doméstico. O repasse dos altos custos para os preços que chegam ao consumidor final já não é eficiente, uma vez que a crise econômica tem reduzido o consumo de proteína bovina, em detrimento de proteínas mais baratas. A possibilidade de elevar a rigidez no isolamento social para conter a pandemia do coronavírus promove maiores prejuízos a setores estratégicos de consumo no País, o que pode agravar ainda mais a demanda doméstica por carne bovina. A conjuntura é mais favorável para o mercado externo, principalmente a China. No país asiático, o retorno da peste suína africana (PSA) na forma de uma nova variante, mais transmissível que a anterior, pode atrapalhar a recuperação do plantel de suínos e manter o ritmo de importação de proteínas brasileiras aquecido.

Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 303,00 por arroba à vista e R$ 305,00 por arroba a prazo. Em Goiás, a cotação é de R$ 284,50 por arroba à vista. Na Bahia, o boi gordo está cotado a R$ 281,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso, o excesso de chuvas gerou gargalos logísticos que atrapalharam as transações dos carregamentos de gado. Além disso, outros fatores de impulso são a oferta limitada e maior atividade das indústrias exportadoras. A cotação está entre R$ 295,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo está cotado a R$ 283,25 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos registram alta. O boi capão está cotado a R$ 18,57 por Kg e o boi inteiro, a R$ 17,81 por Kg. A oferta enxuta de carcaças é a causa dos ajustes nesse mercado, apesar da demanda doméstica comedida.