05/Mar/2021

Segundo a Minerva Foods, o ciclo negativo do gado, com oferta mais restrita, deve persistir até 2022. A pecuária brasileira está em um momento de retenção de fêmeas para produção de bezerros, o que naturalmente reduz a disponibilidade de bovinos prontos para o abate e eleva os preços da arroba do boi gordo. As cotações do gado brasileiro, principal custo da companhia, também estão sendo sustentadas pela valorização da carne bovina no mercado interno e o aumento dos preços das proteínas substitutas. Os grãos não param de subir e isso não influencia diretamente o negócio da empresa porque 90% do gado comprado pela companhia é criado a pasto. Porém, se o suíno e o frango ficam mais caros por causa desses insumos, por efeito de substituição, há um aumento na carne bovina também.

O auxílio emergencial sustentou o consumo de proteína bovina desde o fim do ano passado até os dois primeiros meses deste ano. A partir de março, contudo, esse efeito deve ser reduzido e haverá um enfraquecimento do mercado doméstico, levando a um arrefecimento dos preços da carne. Como a Minerva tem maior foco nas exportações, que responderam por 67% da receita no ano passado, isso não deve ser um problema. Se os preços da carne caírem, o boi gordo também cede e, como representa 80% do custo da empresa, esse custo vai recuar. Ao mesmo tempo, com os preços de exportação sustentados e demanda em alta, isso deve implicar em melhoria de margem para a Minerva nos próximos trimestres do ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.