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05/Mar/2021

Boi: ONG liga frigoríficos a queimadas no Pantanal

Uma investigação da ONG Greenpeace Internacional, descrita no relatório “Fazendo picadinho do Pantanal”, concluiu que 15 propriedades de pecuária de corte localizadas no bioma brasileiro responderam por 73 mil hectares de áreas queimadas no ano passado e que as mesmas tinham relação direta ou indireta de fornecimento de bois aos frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva entre 2018 e 2019. Os incêndios, em área equivalente a mais de 94 mil campos de futebol, ocorreram entre 1º de julho e 27 de outubro de 2020, época em que o uso do fogo estava proibido no Pantanal pelos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e por decreto presidencial. A investigação aponta que as fazendas estabeleceram relação com pelo menos 14 frigoríficos das três companhias. Somadas, as unidades exportaram 500 mil toneladas de carne bovina e derivados entre janeiro de 2019 e outubro de 2020 a diversos destinos e faturaram quase US$ 3 bilhões.

Os principais países importadores dos produtos cárneos foram Hong Kong (22%), China (21%), União Europeia e Reino Unido (8%) e Estados Unidos (1%). A ONG também afirma que as propriedades têm histórico de irregularidades ambientais, como multas e embargos por desmatamento ilegal, queimadas não autorizadas, além de problemas em seus registros de terras. Se a indústria da carne levasse a sério a missão de retirar do mercado produtores que agem contra o meio ambiente, esses fornecedores já estariam fora do mercado em 2020, ao invés de estarem queimando o Pantanal. Em 2020, depois de dois anos consecutivos de seca severa, cerca de 30% do Pantanal brasileiro, a maior área úmida contígua do mundo, queimou. A ONG critica a falta de controle das empresas sobre a “lavagem de gado”, quando bovinos de fazendas em situação ilegal são transferidos para propriedades isentas de passivos.

Até há pouco tempo, os sistemas de monitoramento existentes não eram capazes de certificar a regularidade do criador de bezerro ou boi magro que vendia o bovino ao pecuarista responsável pela engorda, mas algumas iniciativas têm evoluído. Usando o blockchain, a JBS trabalha em uma plataforma para monitorar os fornecedores indiretos, que deve ser lançada este ano. O objetivo da empresa é que até 2025 toda a sua cadeia de fornecimento esteja livre de desmatamento ilegal, trabalho escravo e embargos ambientais. No ano passado, a Marfrig foi pioneira em anunciar o compromisso de rastrear de forma completa sua cadeia de fornecedores até 2025, dentro do projeto “Marfrig Verde +”. A iniciativa contempla um mapa de mitigação de risco. Fonte: Valor Investe. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.