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04/Mar/2021

Boi: preço em patamar elevado e negociação lenta

O fluxo de negócios no mercado físico de boi gordo se mantém lento, dificultado em parte pela escassez de gado pronto para o abate em grande parte das regiões pecuárias. Por um lado, os frigoríficos tentam originar matéria-prima a preços mais baixos por causa do aperto nas margens. Entretanto, a demora na reação do consumo doméstico por carne bovina tem limitado essa busca por bois, fazendo com que o mercado siga acomodado. Os pecuaristas alegam problemas com as margens operacionais, em função dos aumentos dos custos de produção, enquanto os frigoríficos sofrem com a estagnação do consumo no atacado/varejo por conta de fatores econômicos, novos lockdowns e elevado índice de desemprego, que não permitem repassar os custos operacionais das indústrias de forma adequada, motivando o cenário de morosidade nas negociações.

Participantes do mercado acreditam que neste mês a situação pode mudar, com leves alterações nos fundamentos. Neste início de março, por exemplo, há uma expectativa de que cheguem novos lotes de boiada gorda terminada a pasto, o que pode fornecer um alívio ao mercado e abrir espaço para ajustes nos preços da arroba. Além disso, o pagamento de parte dos salários tende a aumentar o consumo de carne bovina no cenário doméstico, o que pode fazer a cadeia girar de forma mais regular. Os frigoríficos exportadores encontram um ambiente menos desafiador, mas, ainda assim, precisam lidar com spreads (diferença entre o preço de venda da carne e de aquisição da matéria-prima) mais fracos. A menor disponibilidade de gado terminado deve ter sido o principal motivo para a queda nos volumes embarcados ao exterior em fevereiro.

Os preços até chegaram a subir, mas o aumento de 4% nas cotações do gado em relação a janeiro levou os spreads a ficarem 13% abaixo da média histórica, atingindo o nível mais baixo desde 2015. Em São Paulo, após dias de estabilidade, o boi gordo está cotado entre R$ 300,00 e R$ 305,00 por arroba a prazo. O aumento decorre da retomada das compras por indústrias com foco no mercado externo. No Pará, o boi gordo é negociado a R$ 272,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a cotação está entre R$ 272,00 e R$ 276,00 por arroba à vista e a R$ 283,00 por arroba a prazo. Em Goiás, o boi gordo está cotado a R$ 287,00 por arroba à vista e em Tocantins, a R$ 280,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 289,58 por arroba a prazo. Em Minas Gerais, o boi gordo é negociado a R$ 297,50 por arroba a prazo. Em São Paulo, no mercado atacado, os preços dos principais cortes bovinos seguem inalterados. O boi capão segue cotado a R$ 18,21 por Kg. O boi inteiro é negociado a R$ 17,39 por Kg.