03/Mar/2021

A expectativa da entrada de novos lotes de bois engordados a pasto e a reação do consumo doméstico de carne bovina, com o pagamento de salários, pode modificar um pouco o ritmo de preços do boi gordo no mercado físico nos próximos dias. Não são esperadas, porém, grandes alterações, já que um dos principais fundamentos prevalece: a oferta restrita de bovinos terminados. A liquidez de negócios segue fraca, com os valores oferecidos aos pecuaristas ainda muito atrelados a particularidades regionais, especialmente pelo fato de a oferta reduzida fazer com que os frigoríficos ainda encontrem grande dificuldade para compor suas escalas de abate de forma mais adequada.

O início do mês, entretanto, pode trazer uma retomada nas demandas doméstica e externa por proteína animal. Além disso, após a comemoração do feriado do Ano-Novo Lunar na China, o gigante asiático pode realizar compras mais expressivas do Brasil, especialmente neste momento em que a expansão da peste suína africana (PSA) volta a chamar a atenção no país. Depois de as exportações terem sido mais fracas em janeiro, os volumes se recuperaram em fevereiro. Em São Paulo, o boi gordo segue cotado a R$ 300,00 por arroba a prazo. Em Minas Gerais, a cotação é de R$ 291,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso, há aumento na procura de indústrias exportadores e compradores de outras regiões. Dessa forma, o boi gordo está cotado a R$ 290,00 por arroba à vista.

No Rio Grande do Sul, os preços registram alta, já que a habilitação de novas plantas para exportação ampliou a dificuldade de aquisição de matéria-prima. A cotação atual é de R$ 291,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo está cotado a R$ 283,89 por arroba a prazo e em Tocantins, R$ 278,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, o boi capão segue cotado a R$ 18,21 por Kg. O boi inteiro é negociado a R$ 17,39 por Kg. O fluxo de comercialização está abaixo das expectativas do setor. Porém, o menor ritmo dos abates entre as unidades permite uma maior equalização entre oferta e demanda, sustentando os preços dos principais cortes.