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01/Mar/2021

Lácteos: governo descarta restrições à importação

O Ministério da Agricultura não vai apoiar o pedido de algumas entidades do setor leiteiro para conter as importações de lácteos, principalmente do Mercosul. No segmento, as compras são vistas como fator de desequilíbrio no mercado interno e de pressão negativa na rentabilidade dos pecuaristas brasileiros. A Pasta descarta qualquer movimento restritivo no comércio internacional, mas quer isentar a compra de equipamentos para agroindustrialização e facilitar a entrada de milho norte-americano para abastecer a cadeia. Segundo o Mapa, a hipótese de impedir a importação está descartada, pois isso fere a economia liberal e o tratado do Mercosul. O Ministério tem conversado com autoridades de Argentina e Uruguai, principais exportadores desses produtos para o Brasil, e analisado se há prática de dumping em alguma operação.

Como forma de incentivar os produtores, o Ministério da Agricultura vai encaminhar à Câmara de Comércio Exterior (Camex) um pedido para retirar a tarifa de importação de equipamentos para a industrialização do leite, além de tentar destravar a entrada de algumas cultivares transgênicas de milho usadas nos Estados Unidos por meio da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para que a cadeia possa comprar o cereal norte-americano. A expectativa é de que haja um ajuste natural do mercado para reduzir a entrada de lácteos estrangeiros no País. Como o preço mundial subiu, e hoje dá paridade, as indústrias brasileiras vão deixar de importar naturalmente para poder comprar o leite nacional. Isso vai equilibrando o mercado. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) é uma das entidades que defendem a restrição às importações visando proteção ao mercado nacional.

A demanda é para estabelecer limites na importação. Mas, há dificuldade em convencer o governo a tomar medidas nesse sentido. A ideia é que produtor seja mais competitivo, mas o setor não tem incentivos para tanto. A Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) defende a tributação dos lácteos importados, como ocorre com o açúcar brasileiro quando é vendido para os países do Mercosul. Em janeiro deste ano, as importações de produtos lácteos se aproximaram de 18 mil toneladas, volume 26% menor que o de dezembro de 2020, quando as compras alcançaram 22,6 mil toneladas. Na comparação com o primeiro mês do ano passado, no entanto, o volume aumentou 64%. Em janeiro de 2020, o Brasil importou cerca de 11 mil toneladas. No total do ano, as importações chegaram a 174 mil toneladas, segundo o Ministério da Agricultura. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.