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22/Fev/2021

Leite: preço ao produtor recua com fraca demanda

O preço do leite captado em dezembro de 2020 e pago aos produtores em janeiro de 2021 registou queda de 4,3% na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), chegando a R$ 2,0344 por litro. Pesquisas apontam que a essa tendência de queda deve permanecer nos próximos meses. A expectativa é de que o leite captado em janeiro e pago ao produtor em fevereiro registre recuo médio de cerca de R$ 0,05 por litro. A desvalorização do leite no campo se deve ao enfraquecimento da demanda por lácteos, dado o contexto de diminuição do poder de compra do brasileiro, do fim do auxílio emergencial para muitas famílias, do recente agravamento dos casos de Covid-19 e da elevação do desemprego.

Diante da instabilidade do consumo, há um esforço das indústrias em ajustar a produção para manter os estoques controlados, de modo a evitar quedas mais bruscas de preços, tanto para os derivados quanto para o produtor. No entanto, o nível de estoques vem crescendo, e, desde dezembro de 2020, observa-se a intensificação da pressão exercida pelos canais de distribuição junto às indústrias para obter preços mais baixos nas negociações de derivados. Na média de janeiro, os preços do leite UHT e do queijo muçarela negociados no atacado de São Paulo caíram 6,8% e 8,9%, respectivamente, enquanto os do leite em pó se mantiveram praticamente estáveis.

As negociações de leite spot em Minas Gerais também recuaram, 12,3% na média mensal de janeiro. A tendência de queda continuou em fevereiro para os derivados. No caso do spot, a média mensal recuou 0,7%. Esses resultados devem influenciar negativamente a precificação do leite captado em fevereiro e pago ao produtor em março. Apesar de haver uma perspectiva de queda nos preços do leite no campo para fevereiro e março, espera-se que a média neste primeiro trimestre de 2021 ultrapasse a verificada no mesmo período de 2020 (quando a média foi de R$ 1,4655 por litro, em termos reais – os valores foram deflacionados pelo IPCA de dezembro/2020).

No entanto, é importante pontuar que preço não é sinônimo de rentabilidade. Mesmo que os valores do leite estejam em patamares considerados altos para o período do ano, a valorização considerável e contínua dos grãos (principais componentes dos custos de produção da pecuária leiteira) tem comprometido a margem do produtor e limitado o potencial de crescimento da atividade. O pecuarista precisou de, em média, 41,2 litros de leite para a aquisição de 1 saca de 60 Kg de milho, 16,3% a mais que em dezembro/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.