09/Fev/2021

Os preços do boi gordo estão próximos da estabilidade no mercado físico, após altas generalizadas. A calmaria vem da redução das compras de matéria-prima pelos frigoríficos. Além das margens de lucro apertadas e da escassez de gado terminado, os frigoríficos evitam aumentar os estoques diante da irregularidade das vendas de carne bovina no mercado atacadista. No mercado físico, a oferta limitada segue sustentando as cotações e dificultando a composição das escalas de abate. Em São Paulo, as indústrias fecharam a primeira semana do mês com as programações atendendo a 6 dias úteis. Em Goiás e Mato Grosso do Sul, os estoques atendem a 5 dias e 4 dias úteis, respectivamente, também em linha com a média parcial anual.

Em Mato Grosso e Minas Gerais, as programações atendem 3 dias úteis, abaixo da média parcial anual de 5 dias úteis em ambas as regiões. No mercado doméstico, o fluxo de escoamento da carne segue lento. O cenário já era esperado pelo mercado, que temia pelo arrefecimento da demanda, dada a retirada do auxílio emergencial e o crescimento do desemprego. Embora a dinâmica da cadeia encontre suporte na gradual retomada das vendas externas, muitas unidades de abate não são habilitadas a exportar e dependem do mercado doméstico para a obtenção de receitas. A conjuntura interna gera dificuldades ao repasse do adicional de custo da boiada gorda aos valores de carne, deprimindo as margens operacionais.

Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 297,50 por arroba à vista e a R$ 302,00 por arroba a prazo. A vaca gorda está cotada R$ 284,00 por arroba. Em Minas Gerais, o boi gordo é negociado entre R$ 293,50 e R$ 294,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 290,00 por arroba à vista e em Mato Grosso, R$ 293,00 por arroba à vista. A demanda externa continua contribuindo para a firmeza dos preços, ainda que o volume embarcado tenha se desacelerado. Em São Paulo, no atacado, os preços registram leve alta. O boi capão está cotado a R$ 18,59 por Kg e o boi inteiro, a R$ 18,05 por Kg. A aparente manutenção dos preços dos demais cortes aparece como ponto de equilíbrio na retomada dos negócios, visto que os preços das carnes concorrentes estão subindo em função dos elevados custos de produção.