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05/Fev/2021

Boi: preços devem se manter firmes no curto prazo

A oferta limitada de gado terminado segue como o principal motivo de sustentação dos preços do boi gordo no mercado físico. Essa é uma tendência que deve se manter pelas próximas semanas de fevereiro. Fatores como condições climáticas e retenção de fêmeas têm influenciado na quantidade de bovinos disponíveis para o abate. A seca observada em meados de outubro do ano passado foi um dos fatores que contribuíram para tal cenário. Com a estiagem, as pastagens demoraram mais tempo para se recuperar, o que atrasou a safra de boi terminado a pasto. O mês se iniciou com condições mais regulares nos pastos, mas a entrada da boiada gorda no mercado só deve ocorrer no início de março.

Ainda assim, o volume deve ser comedido, o que talvez não altere de forma significativa os patamares de preços. O cenário para 2021 é de manutenção do ciclo de retenção de fêmeas, já que pecuaristas tentam aproveitar a remuneração da atividade de cria, com o preço do bezerro ainda em elevação. A demanda externa também contribui para a firmeza do mercado. As exportações perderam ritmo ao longo de janeiro, mas, ainda assim, a média diária embarcada ficou acima na comparação com a média diária de janeiro do ano passado. A perspectiva é positiva para os embarques de carne bovina ao exterior neste ano. No mercado físico, apesar de o boi gordo continuar subindo, o fluxo de negociações é lento e limita variações maiores, justamente por causa da escassez de boiada gorda.

Os frigoríficos, por sua vez, já voltaram a sentir um aperto nas margens operacionais e alguns estão se ausentando das compras de gado por dificuldade de adequar os custos de produção aos preços da carne no mercado atacadista. Há plantas frigoríficas que relatam formação de excedentes em estoque dada a dificuldade de escoar a produção. De certa forma, o setor aguarda uma resposta mais contundente no consumo doméstico com a chegada do mês de fevereiro e recuperação mais consistente no fluxo das exportações brasileiras. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 297,68 por arroba à vista e a R$ 302,00 por arroba a prazo. A vaca gorda está cotada a R$ 284,00 por arroba. No Paraná, há dificuldade dos frigoríficos de compor as escalas de abate e o boi gordo está cotado a R$ 295,00 por arroba a prazo.

No Rio Grande do Sul, o boi gordo está cotado a R$ 9,35 por Kg a prazo. Em Mato Grosso, a cotação está entre R$ 286,00 e R$ 287,50 por arroba e em Goiás, R$ 293,00 por arroba a prazo. Em Tocantins, o boi gordo é negociado a R$ 283,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, o menor ritmo de abates tem deixado o volume de oferta da proteína bovina irregular. Isso, entretanto, é o que tem permitido maior estabilidade nos preços dos cortes bovinos. Por outro lado, o fluxo das vendas ainda não permite espaço para elevação dos preços, mesmo considerando o período de começo de mês, quando o consumo costuma esboçar maior consistência. O setor ainda vive a expectativa de recuperação da demanda doméstica e das exportações. O boi capão está cotado a R$ 18,55 por Kg e o boi inteiro, a R$ 18,03 por Kg.