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05/Fev/2021

Boi: impactos sobre frigoríficos que não exportam

Os donos de frigoríficos não têm muitos motivos para comemorar. A forte alta do principal custo de produção, o boi gordo, representa 80% das despesas operacionais e espremeu as margens das indústrias. Frigoríficos sem acesso internacional trabalham no vermelho. Grandes exportadores de carne bovina, como JBS, Marfrig e Minerva, inevitavelmente terão resultados mais fracos na operação brasileira. A margem Ebitda, que era de dois dígitos no último ano, deve ficar mais próxima de 8%.

Alguns fatores, como o negócio de industrializados (a Marfrig é forte em hambúrguer) atenua o impacto negativo do boi. Para os frigoríficos que não exportam, está bem complicado. A carne não está conseguindo acompanhar a alta do boi. Segundo o Itaú BBA, o aumento do preço do boi gordo neste início de ano é surpreendente. Normalmente, esse período é marcado por acomodação ou queda dos preços. No entanto, o atraso das chuvas fez com que a oferta de gado, já restrita em razão do ciclo pecuário, ficasse ainda menor.

Na indústria, há esperança de que entre março e abril a oferta tenha uma melhora. Estruturalmente, porém, o cenário é de severa restrição de oferta. O preço do bezerro estimula que os criadores retenham mais vacas. Diante desse cenário, o abate de bovinos no Brasil deverá cair mais uma vez em 2021. Além da menor disponibilidade de matéria-prima, a fraqueza do mercado doméstico também joga contra os abates.

Na comparação com dezembro/2020, a demanda dos supermercados caiu cerca de 30% em janeiro/2021. Ainda que o consumo seja naturalmente maior no último mês do ano, fazendo com que o recuo seja esperado, a diminuição da demanda vista em janeiro chamou atenção e pode já ser um reflexo do fim do pagamento do auxílio emergencial. Nunca houve um mês de janeiro tão fraco. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.