04/Fev/2021

A oferta enxuta de bovinos para abate no mercado físico e a maior procura de frigoríficos por matéria-prima abriram espaço para novas altas nos preços do boi gordo. Os fundamentos altistas observados no mês de janeiro se mantêm nesta primeira semana de fevereiro, embora a lenta evolução das demandas interna e externa continuem influenciando negativamente as cotações. O mercado aguarda a entrada da safra de boi terminado a pasto, mas no longo prazo as perspectivas não são de recuperação consistente no volume de bois prontos para o abate, já que o ciclo de retenção de fêmeas tende a continuar em 2021.

Do lado da demanda, a preocupação quanto ao consumo de proteína bovina no mercado interno persiste. A crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus, com alto índice de desemprego e a retirada do auxílio emergencial, tem feito com que consumidores optem por proteínas mais baratas, como as de frango e suína. A retração na demanda, contudo, ainda não foi suficiente para inverter o movimento dos preços, que sobem influenciados pelos fatores ligados à oferta. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o cenário altista observado em janeiro é atípico para este período do ano.

Os principais fatores que contribuíram para os preços mais elevados em janeiro de 2021 foram, principalmente, a oferta limitada de bovinos, as exportações em patamares elevados e o aumento nos custos de produção, uma vez que os gastos com a aquisição de animais e com a compra de insumos para suplementação estão maiores. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 302,00 por arroba a prazo. A novilha gorda está cotada a R$ 292,00 por arroba a prazo. Na Bahia, a cotação é de R$ 285,00 por arroba à vista. No mercado de reposição, a alta em 2021 é de 6%. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 282,27 por arroba à vista e em Mato Grosso, R$ 290,42 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, o boi capão está cotado a R$ 18,55 por Kg e o boi inteiro, a R$ 18,03 por Kg.