ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Jan/2021

Suíno: nova cepa da PSA está preocupando a China

O novo surto de peste suína africana (PSA) detectado na China pode ter sido desencadeado pelo uso de vacinas irregulares. Os casos de infecção, revelados pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais chinês na quinta-feira (21/01), foram os primeiros encontrados no país desde outubro. As autoridades detectaram mais de mil suínos infectados com duas novas cepas em diversas criações da New Hope Liuhe, quarta maior produtora da China. Essas variações, nas quais faltam um ou dois genes-chave que compõem o vírus original da doença, não matam os suínos como a doença que devastou as criações chinesas em 2018 e 2019, mas causam uma doença crônica que reduz o número de leitões recém-nascidos saudáveis.

Na New Hope, assim como em muitos grandes produtores, os suínos infectados são sacrificados para evitar a propagação da doença. Assim, na prática, a doença acaba sendo fatal. No momento, o número de infecções é baixo. No entanto, se as cepas se espalharem, elas poderão reduzir a produção de carne suína no país, o maior consumidor e produtor mundial da proteína. Há dois anos, a peste suína africana dizimou metade do rebanho chinês, que tinha então 400 milhões de cabeças. Os preços da carne suína ainda estão em níveis recorde, e a China está sob pressão para fortalecer a segurança alimentar em meio à pandemia de Covid-19. No ano passado, um veterinário de Pequim afirmou ter diagnosticado uma forma crônica, ou menos letal, da doença. O vírus não tinha certos componentes genéticos, conhecidos como genes MGF360. A New Hope encontrou cepas do vírus sem os genes MGF360 e CD2v.

Pesquisas mostraram que a exclusão de alguns genes MGF360 da peste suína africana gera imunidade. No entanto, o vírus modificado não foi transformado em uma vacina porque tendia a sofrer mutações e voltar a um estado prejudicial. Não existe uma vacina aprovada contra a peste suína africana, doença que não afeta seres humanos. Ainda assim, muitos produtores chineses, lutando para proteger seus suínos, recorreram a produtos não-autorizados. Especialistas temem que as vacinas ilícitas tenham criado infecções acidentais, que agora estão se espalhando. As novas cepas podem se proliferar globalmente por meio de carnes contaminadas, infectando suínos que são alimentados com restos de comida. O vírus é conhecido por sobreviver por meses em alguns produtos suínos. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.