18/Jan/2021

Segundo o Itaú BBA, a recuperação da curva do mercado futuro do boi gordo configura um momento de oportunidade para os pecuaristas que terão gado para abater nos próximos meses. A carne voltou a subir de forma consistente desde o Natal, levando o mercado a corrigir a curva. Com isso, o mercado futuro do boi gordo voltou a oferecer oportunidades de fixações de preços para os bovinos que serão entregues neste ano, com o contrato para fevereiro/2021, por exemplo, precificado em R$ 290,00 por arroba. O contrato outubro/2021 é negociado a R$ 286,00 por arroba. Os resultados para os confinamentos que farão entregas no primeiro trimestre do ano voltaram ao território positivo, após terem ficado bastante inviáveis há um mês.

Para os frigoríficos, entretanto, especialmente os mais voltados para o mercado doméstico, o spread continua apertado, dependendo de novas altas nos preços da carne. Em um cenário de sustentação dos preços do boi gordo em 2021, a oferta restrita de gado terminado e manutenção do ritmo acelerado de exportações de carne bovina para a China devem ser os principais drivers. Do lado dos produtores, o quarto trimestre de 2020 registrou resultados positivos e similares aos do mesmo período de 2019 para os confinamentos. Ao final, o negócio mostrou bom resultado, o que nunca dispensa uma boa gestão de risco nessa atividade de giro rápido e grande volatilidade, que exige atenção com os fortes movimentos do mercado futuro.

Na ponta de demanda, entretanto, o mercado enfrenta desafios, como a capacidade de absorção das altas pelo consumidor brasileiro e a possibilidade de apreciação do câmbio, ambos possíveis efeitos da pandemia do coronavírus. A retirada do auxílio emergencial e as altas taxas de desemprego levantam a possibilidade de uma migração no consumo doméstico de proteínas para as mais baratas. Em relação às exportações, há uma preocupação de que o avanço da segunda onda de casos do coronavírus pelo mundo possa minimizar o resultado das exportações no ano, também limitando o preço do boi. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.