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18/Jan/2021

Suínos: perspectivas favoráveis ao setor em 2021

Apesar dos reveses provocados pela pandemia de Covid-19, a suinocultura brasileira encerrou o ano de 2020 com preços, abate e embarques recordes. Para 2021, a expectativa é de que, mesmo com o custo de produção elevado, o balanço positivo se repita. A demanda externa por carne suína deve continuar firme, sustentada pelas compras chinesas, ao passo que a procura interna deve ser favorecida pela possível retomada econômica. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) indicam que a produção brasileira de carne suína pode aumentar 3,5% em 2021 frente ao projetado para 2020, passando para quase 4,4 milhões de toneladas. Esse crescimento é similar ao apontado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que estima alta de 3,6% na produção brasileira, totalizando 4,1 milhões de toneladas.

Do lado da demanda, a ABPA estima elevação das exportações em torno de 10% de 2020 para 2021, ao passo que os números apontados pelo USDA indicam aumento um pouco mais conservador, de 4,2%. Além da continuidade do bom ritmo de embarques para a China, há, ainda, a expectativa de incremento nas vendas a outros destinos, especialmente na Ásia. Ressalta-se que, apesar de a comercialização com os chineses continuar aquecida, o país asiático já sinaliza a retomada gradual da recomposição do rebanho de suínos, que foi dizimado pela peste suína africana (PSA). Esse movimento tem deixando produtores brasileiros em alerta, diante das possíveis implicações no médio e longo prazos. No caso da demanda interna, o PIB deve ter crescimento de 3,4% em 2021, conforme Boletim Focus. Ainda que essa taxa seja menor do que a projetada anteriormente, esse avanço já é um estímulo para as vendas de carne suína no mercado doméstico, que podem crescer até 2% de acordo com a ABPA, e cerca de 3,5%, segundo o USDA.

A recuperação do mercado de “food-service” tende a ser um dos pilares dessa melhora. Os custos de produção devem continuar sendo um grande gargalo ao setor em 2021. Isso porque os valores dos dois principais componentes da ração, o milho e o farelo de soja, devem se manter altos neste ano, tendo em vista as aquecidas demandas interna e externa por esses grãos. Esse cenário tende a pressionar, por mais um ano, o poder de compra dos suinocultores. Em 2021, a relação estoque/consumo final de soja pode ser a menor das últimas nove temporadas, o que poderá dar sustentação aos preços domésticos tanto da soja quanto de seus derivados no decorrer de 2021. No caso do milho, os estoques também estão baixos. Além disso, a demanda firme e as incertezas quanto ao tamanho da oferta da temporada 2020/2021 devem manter os preços internos do milho em 2021 em patamares acima da média de anos anteriores. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.