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15/Jan/2021

Boi: exportações de carne à Ásia ganhando força

Em 2020, o Brasil bateu dois recordes na exportação de carne bovina. Em valor, saltou para a casa de US$ 8,47 bilhões. Em volume, foi para a casa de 2 milhões de toneladas pela primeira vez na história do setor. Por trás desse desempenho está uma mudança significativa no mercado de proteína animal: a sua geografia. Há uma década, o comércio com a Ásia (excluindo o Oriente Médio) não se destacava dos demais blocos econômicos. Em 2011, esse bloco comprou 210,9 mil toneladas de carne in natura, processados e miúdos, por US$ 783 milhões. Em volume, a Ásia não ficava muito longe do que compravam os 28 países da União Europeia, que naquele ano fecharam compras no valor de US$ 813,4 milhões para 107,9 mil toneladas.

Ou longe dos Países Árabes, com 199,9 mil toneladas por US$ 901,1 milhões. Para o bloco asiático, um mercado que já mostrava potencial há uma década e no qual governo e indústria trabalhavam para abrir mercados, a carne era quase toda comprada através de Hong Kong, um território autônomo no sudeste da China com pouco mais de 7 milhões de habitantes. Em 2011, Hong Kong fechou compras no valor de US$ 691,5 milhões, para 188,5 mil toneladas. Passados 10 anos, as vendas para o bloco asiático saltaram quase seis vezes. No ano passado foram 1,26 milhão de toneladas por US$ 5,42 bilhões. As vendas realizadas diretamente com a China, que foram de 2,9 mil toneladas, por U$ 10,7 milhões em 2011, saltaram no ano passado para 868,7 mil toneladas, por US$ 4 bilhões.

Hong Kong, que continua como fornecedor chinês, levou do Brasil outras 312,5 mil toneladas, por US$ 1,1 bilhão. Não por acaso, empresas do setor estão se fixando no país. Entre elas, por exemplo, está a Minerva Foods que em outubro do ano passado se tornou sócia da chinesa Joey Foods, comprando 51% da empresa, para distribuir carne bovina diretamente no país. Foi a primeira das três gigantes da carne, incluindo JBS e Marfrig, a dar esse passo. Com o aumento da renda e a ocidentalização dos hábitos, os chineses estão consumindo cada vez mais carne bovina. A peste suína africana (PSA) só acelerou esse processo. Enquanto isso, as vendas de carne bovina para a Europa caíram quase 12% nos últimos dez anos.

No ano passado, o bloco europeu comprou 95,3 mil toneladas, por US$ 548,6 milhões. Mesmo assim, a importância desse mercado ainda está no valor agregado. Comprando cortes específicos, principalmente contra-filé e filé mignon, entre outros, em 2020 a Europa pagou US$ 5.758,00 por tonelada de produtos bovinos. Em 2011, o preço era de US$ 7.537,00 por tonelada. No caso da Ásia, que compra o boi inteiro e mais as miudezas que são consideradas iguarias culinárias, o preço pago no ano passado foi de US$ 4.298,00 por tonelada. Fonte: Portal DBO. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.