14/Jan/2021

Os preços da carne bovina estão em alta no mercado brasileiro neste começo de janeiro. Além da oferta restrita de bois para abate, as exportações estão sustentando os valores, que fecharam 2020 com aumento de 12,55% no volume, somando 1,725 milhão de toneladas, recorde histórico. Neste começo de 2021, os embarques seguem favorecidos pelo dólar alto e pela demanda chinesa. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de janeiro, foram exportadas 40 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 8,13 mil toneladas, bem acima da verificada no mesmo mês do ano passado, de 5,32 mil toneladas.

Em São Paulo, no atacado, a carcaça casada registra média de R$ 18,66 por Kg na parcial de janeiro, com elevações de 6,22% sobre dezembro/2020 e de 13,26% em relação a janeiro/2020. Assim como observado para o boi gordo, a média da carcaça casada do boi em janeiro do ano passado caiu fortes 9,6% quando comparada à média de dezembro/2019, em termos reais. Num cenário de baixa oferta e de ambiente externo favorável, um possível aquecimento doméstico pode elevar ainda mais os valores, mas o que pode ocorrer apenas em um prazo maior, quando a economia brasileira retomar crescimento com mais força.

Por enquanto, neste primeiro semestre, a renda da população pode seguir restrita, devido à pandemia, ao fim do auxílio emergencial, à alta do desemprego, a aumentos de impostos, a gastos extras e ao salário-mínimo subindo menos que a inflação do ano anterior. Com isso, o consumidor pode restringir as aquisições de produtos de maior valor agregado, entre eles a carne bovina, e buscar proteínas mais competitivas. Neste caso, o dianteiro bovino, que é mais barato, tem se valorizado com um pouco mais de força frente ao traseiro, o que pode indicar uma demanda um pouco mais aquecida para o primeiro corte. Na parcial de janeiro, a média do dianteiro se valoriza 7,26%, ao passo que o traseiro registra avanço de 1,89%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.