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18/Dez/2020

Boi: preços recuam no físico com a demanda fraca

O boi gordo segue pressionado no mercado físico. Além da ausência de compradores e vendedores por causa da proximidade das festas de fim de ano, predomina uma incerteza quanto ao consumo doméstico de carne bovina, dada a crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus e a perspectiva de retirada do auxílio emergencial disponibilizado pelo governo federal. Por enquanto, com as vendas ainda irregulares no cenário interno, os frigoríficos mantêm reduzida a sua capacidade produtiva e já contam com as escalas de abate preenchidas para as próximas semanas. Outras unidades paralisaram as atividades e decretaram férias coletivas, diminuindo ainda mais a demanda.

A menor procura por matéria-prima é um dos fatores que puxa as cotações do boi gordo para baixo. Na outra ponta, porém, os custos mais altos dos insumos levaram pecuaristas a liquidarem os últimos lotes de boiada gorda vinda dos confinamentos, com a preocupação quanto a uma queda mais acentuada na arroba e consequente redução das margens de lucro. A entrada desse volume no mercado, ainda que bem limitada, contribui para a desvalorização do boi gordo. Em São Paulo, o boi gordo está cotado entre R$ 253,00 e R$ 258,00 por arroba à vista. Apesar de conseguirem alguns negócios nos preços atuais, o mercado do boi gordo encontra-se parado, com nenhum dos dois lados satisfeitos.

Embora as ofertas de compra estejam menores, o volume praticamente inexistente de negócios mantém o boi gordo estável. Nas Regiões Norte e Nordeste, a oferta de gado terminado é mais apertada. O foco da compra de algumas indústrias seriam lotes de fêmeas, mas que, devido à dificuldade de oferta, tem seu valor quase alinhado ao macho. Em Rondônia, a cotação é de R$ 230,00 por arroba à vista e, no Pará, a R$ 246,00 por arroba à vista e a R$ 248,00 por arroba a prazo. Em Tocantins, a cotação é de R$ 238,50 por arroba à vista. No Estado, as ofertas são enxutas e as indústrias frigoríficas estão pulando dias de abate e abatendo menos que a capacidade máxima diária.

Em São Paulo, no atacado, o escoamento evolui pouco, o que dá suporte aos preços dos cortes bovinos. A reposição entre distribuidores e varejistas avança de maneira cadenciada, apesar da expectativa de retomada do consumo à medida que se aproxima as festas de final de ano. Mesmo que haja uma reação no atacado no curtíssimo prazo, os sinais de firmeza no mercado físico do boi gordo passam a depender de como a nova safra chegará em termos de oferta de gado terminado a pasto. O traseiro do boi continua cotado a R$ 19,60 por Kg, enquanto o dianteiro e a da ponta agulha permanecem a R$ 14,60 por Kg.