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18/Dez/2020

Boi: preço não deve se manter em patamar elevado

Depois de atingirem recorde histórico em termos reais e nominais em meados de novembro, os preços boi gordo vão continuar a se acomodar em patamares mais baixos, mas o ritmo e o tamanho desse ajuste dependerão do comportamento da demanda externa pela carne bovina brasileira e dos reflexos do fim do auxílio emergencial no País sobre o consumo doméstico. O Indicador Cepea/B3 para o boi gordo, principal referência para os preços nesse mercado no País, atingiu o pico de R$ 292,00 por arroba no dia 11 de novembro. De lá para cá, começou a ceder e chegou a cair abaixo de R$ 260,00 por arroba na segunda-feira (14/12), e no momento gira em torno desse eixo.

Os abates de bovinos continuaram em queda no Brasil no terceiro trimestre, como apontou levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que mantém a oferta restrita e reduz estoques, mas que os embarques para a China arrefeceram por questões sazonais e que as vendas de cortes nobres para as festas de fim de ano na Europa foram mais fracas, em boa medida por causa da pandemia. Em contrapartida, as vendas ao food service no Brasil já estão praticamente em patamares normais depois dos problemas provocados pela Covid-19. O auxílio emergencial do governo e o pagamento da primeira parcela do 13º salário deram mais fôlego para o consumo interno, embora no início de janeiro a demanda seja tradicionalmente mais baixa.

No fim do mês que vem, porém, deverá haver um reaquecimento das exportações para a China. No Brasil, o consumo continuará focado na capacidade de solvência da população. Como essa capacidade tem efeitos diretos sobre os preços, a carne bovina não deverá se transformar tão cedo em um “artigo de luxo”, restrito apenas a consumidores mais ricos. A Marfrig, segunda maior empresa de carne bovina do País, trabalha com um cenário positivo no mercado interno e externo. No Brasil, ainda será preciso avaliar os reflexos do fim do auxílio emergencial sobre a demanda, mas que as vendas ao food service estão voltando aos patamares pré-pandemia e são boas as perspectivas para o avanço da companhia no mercado de produtos industrializados.

Além de prever boas exportações a partir do Brasil, sobretudo para a China, ainda na América do Sul a Marfrig tem boas expectativas para os embarques a partir de Argentina e Uruguai, onde mantém frigoríficos. Na América do Norte, por sua vez, o otimismo decorre dos bons resultados que vêm sendo obtidos por sua controlada National Beef, uma das maiores indústrias de carne bovina dos Estados Unidos. No terceiro trimestre deste ano, a receita líquida total da Marfrig alcançou R$ 16,8 bilhões, 32% mais que em igual intervalo de 2019, e 72% do total foi gerado pela National Beef.

Apesar desses bons resultados, turbinados pelo câmbio, os planos para uma listagem de ações nos Estados Unidos continuam indefinidos. Tanto nos Estados Unidos como no Brasil, continuam rígidos os controles nas unidades da empresa para evitar a disseminação da Covid-19 entre funcionários. Depois de um elevado nível de contaminação no início da primeira onda, enquanto os protocolos de controle estavam sendo melhorados, nesta segunda onda o número de funcionários infectados está muito baixo. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.