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14/Dez/2020

Leite: produção deverá avançar neste 4º trimestre

Segundo o Rabobank, a demanda forte pelo leite permaneceu durante o terceiro trimestre de 2020 à medida que o programa de auxílio emergencial do governo continuou, embora com pagamentos reduzidos. Cerca de 65 milhões de brasileiros receberam um subsídio mensal de R$ 600,00 durante os primeiros cinco meses, seguido por quatro meses de R$ 300,00. Isso forçou os processadores a adquirir mais leite fluido, à medida que o consumo aumentava com o poder de compra. Com isso, os preços do leite na fazenda atingiram R$ 2,25 por litro em outubro (US$ 0,40 por litro). O auxílio emergencial concebido como uma resposta ao impacto econômico da pandemia ajudou a elevar a atividade econômica e evitar uma recessão mais longa.

O consenso do mercado indicava que a economia brasileira provavelmente encolherá cerca de 4,5% do PIB em 2020, em comparação com as projeções de queda de 9% em maio. A situação fiscal sofreu bastante, com a dívida do governo em relação ao PIB ultrapassando 90% em outubro. Como resultado, é improvável que o Congresso autorize mais pagamentos em dinheiro em 2021. Os produtores de leite tiveram que lidar com preços recordes dos grãos no Brasil este ano. Com o Real perdendo mais de 35% de seu valor em relação ao dólar, os preços da soja e do milho também apresentaram forte alta no mercado interno. Isso desafiou muitos os produtores de leite e carne do País e provavelmente continuará a ser um problema no início de 2021. Os preços da soja devem se manter em altos patamares em 2021, o que afeta os produtores de leite do Brasil.

Com preços recordes do leite na fazenda, os produtores tiveram um incentivo para acelerar a produção no Brasil durante o segundo semestre do ano. Depois de uma contração de 1,7% no segundo trimestre, a produção de leite se recuperou cerca de 3% no terceiro trimestre e espera-se um avanço adicional de 1% no quarto trimestre. No geral, a produção de leite deve crescer 1% em 2020. A atual inércia deve ajudar a manter a produção em expansão ao longo do primeiro semestre, porém a alta dos preços dos grãos e a seca são dois fatores que podem limitar a produção. A confirmação do padrão climático La Niña está causando clima seco na Região Sul do Brasil e chuvas irregulares nas Regiões Centro Oeste e Sudeste. Fonte: Rabobank. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.