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11/Dez/2020

Boi: preços seguem recuando com a baixa liquidez

O fluxo ainda lento de negócios no mercado físico de boi gordo tem limitado variações mais expressivas nos preços da arroba, que ora ficam estáveis, ora sofrem ajustes negativos ou positivos. O movimento baixista, contudo, é o que predomina até o momento. Os ajustes negativos refletem a ausência das indústrias frigoríficas do mercado, que traçam uma estratégia mais cautelosa enquanto aguardam a reação do consumo doméstico de carne bovina. Do lado da oferta, os pecuaristas retornam ao mercado com os últimos lotes oriundos dos cochos, embora a disponibilidade de boiada gorda no geral continue restrita. Além da necessidade de aumentar a remuneração, os produtores têm tido dificuldades para reter os bovinos nos confinamentos por períodos longos, dados os altos custos com ração. Na ponta compradora, as escalas de abate já estão bem preenchidas, atendendo, em média, até o fim da próxima semana. Isso porque parte dos frigoríficos reduziu a capacidade de abates diários ou decretou férias coletivas temporárias quando os preços da arroba apertaram as suas margens até o limite.

Até há uma expectativa positiva quanto às vendas de carne bovina neste mês, com a chegada das festas de fim de ano, mas por enquanto a demanda não dá sinais de aceleração, aumentando a cautela da indústria nas aquisições de gado. No médio prazo, o cenário de demanda externa pela carne bovina brasileira continua positivo, mas a perspectiva para o mercado doméstico é mais desafiadora. O consumo deve seguir mais lento no mercado interno em função do encarecimento da carne e em meio à crise econômica decorrente da pandemia de coronavírus, com a retirada do auxílio emergencial. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 259,00 por arroba à vista e a R$ 267,00 por arroba a prazo. Os bovinos mais jovens, normalmente exportados para a China, também registram queda nos preços, passando para R$ 265,00 por arroba. No resto do País, a maioria das regiões pecuárias também registra variações negativas nos preços.

Em Goiás, o boi gordo está cotado a R$ 256,00 por arroba à vista. De maneira geral, as indústrias frigoríficas estão mais confortáveis em relação à escala de abate. Com isso, os testes de preços mais baixos estão mais frequentes. No Paraná, o boi gordo está cotado a R$ 255,00 por arroba à vista e em Minas Gerais, a R$ 262,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 250,00 por arroba à vista e a R$ 251,79 por arroba a prazo. Em Rondônia, o boi gordo está cotado a R$ 241,25 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, a inconsistência das vendas continua sugerindo possibilidade de novas baixas nos preços. Ainda assim, os preços se mantêm estáveis. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 20,10 por Kg; o dianteiro, a R$ 15,10 por Kg e a ponta de agulha, a R$ 15,10 por Kg. De certa forma, a irregularidade no escoamento remete a queda do consumo em função do atual nível de desemprego, fim do auxílio emergencial integral, migração da demanda por outras carnes tanto em função da época do ano como pelo preço mais acessível destas proteínas.