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09/Dez/2020

Suíno: China quer expandir a produção de carne

A importação de proteínas animais pela China no ano de 2021 deverá cair. Entretanto, o tamanho da retração ainda é uma incógnita. Há uma dificuldade em assegurar um número de recuo pela crise da pandemia do Coronavírus. Quando se fala especificamente na carne suína, a preferida da população chinesa, e que se viu com quase metade do plantel reduzido após surtos de Peste Suína Africana (que iniciaram em meados de 2018), a redução é certeira. As importações de carne suína pela China devem cair em até 30% no ano que vem. Uma das razões, além da recomposição dos planteis, é o endurecimento dos procedimentos de testes para detecção de traços do coronavírus em embalagens de carnes importadas em cargas frias, o que pode levar importadores a adquirir menores quantidades. Os chineses têm importado animais vivos de outros países com boa qualidade genética para as granjas, a fim de ter uma boa produtividade de carne. Hoje, o foco em big data, tecnologia e segurança na criação é muito diferente de antes da crise da PSA. A China espera atingir 98% em autossuficiência em produção de carne suína, e hoje está em torno de 93%. Um dos exemplos é o gigante complexo industrial da produtora de suínos Muyuan Foods.

A nova mega granja de Muyuan, perto de Nanyang, que eventualmente abrigará 84.000 matrizes e seus descendentes, é de longe a maior do mundo, 10 vezes maior do que o tamanho de um criadouro típico dos Estados Unidos. Tem como objetivo produzir 2,1 milhões de suínos por ano. Se funcionar como planejado - e outros produtores seguirem o exemplo -, o maior consumidor de carne suína do mundo poderá reduzir as compras no mercado global, prejudicando o comércio de carne em expansão que tem apoiado os produtores de diversos países. Atualmente, a Europa é o maior fornecedor de carne suína ao gigante asiático, seguida dos Estados Unidos e do Brasil. O Brasil já não tem mais um market share alto na China, e após avanços no acordo comercial entre China e Estados Unidos, da agressividade dos preços europeus, somada ao país asiático querendo menor preço, o Brasil deverá sentir os impactos. Na verdade, já está sentindo uma redução no apetite chinês pelas compras e por um preço bem menor. Com a expectativa de recuo no dólar, isso pode apertar mais ainda a situação dos frigoríficos brasileiros.

O mercado futuro para a carne suína na China para dezembro/2020 e janeiro/2021, na comparação com novembro/2020 teve considerável recuo. Depois de disparar no ano passado, quando os surtos de peste suína africana reduziram a produção da carne mais popular do país, os preços da carne suína diminuíram gradualmente nos últimos meses, eventualmente caindo em outubro pela primeira vez desde 2019. A queda nos custos da carne suína e preços mais amplos ao consumidor provavelmente serão temporários. Faz bastante tempo que a China não leiloa estoques estatais para regular os preços da carne suína no mercado interno, porque o preço está mais baixo. Entretanto, esses preços começaram a aumentar nas últimas semanas, porque o mercado doméstico está com receio do produto congelado, dando preferência para a carne suína de produção nacional. Pode ser que o Estado libere carga novamente antes do ano Novo Chinês para que a população possa comprar com preço mais atrativo. Fontes: Bloomberg e Rabobank. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.