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07/Dez/2020

Boi: preço recua com fraca demanda da indústria

A ausência de plantas frigoríficas indo às compras no mercado físico de boi gordo está resultando em um amplo movimento de quedas nos preços da arroba nas regiões pecuárias brasileiras. Depois do pico das cotações no início de novembro, a indústria mantém reduzida a capacidade de abate, além de atuar de forma cautelosa e estratégica enquanto o mercado doméstico não demonstra uma reação no consumo de proteína animal. A redução dos preços só não é maior porque na ponta da oferta a disponibilidade de bovinos ainda é baixa, a não ser em regiões específicas, nas quais os pecuaristas começam a ofertar lotes que estavam sendo retidos até o momento. Na ponta compradora, há os que já preencheram as escalas de abate para a primeira quinzena de dezembro, mas também os que optaram por utilizar matéria-prima oriunda de confinamentos próprios ou estão recebendo volumes negociados antecipadamente, em contratos a termo.

Com a falta de urgência na aquisição de boiada gorda, a indústria pressiona os pecuaristas, que acabam negociando a preços mais baixos, ao menos os lotes menores. Os elevados gastos com ração não permitem reter por muito tempo os lotes nos cochos, o que também colaborou para uma maior liquidez de negócios e, em consequência, deu espaço para movimentos de baixa nos preços. A morosidade dos negócios reflete também um momento de espera pela retomada do consumo interno, típica desta fase do ano, em que o pagamento do 13º salário e a proximidade das festas de fim de ano costuma impulsionar as vendas de carnes. Contudo, até o momento, o escoamento para os mercados varejista e atacadista ainda segue travado, mantendo as aquisições de boi gordo também mais lentas. Em São Paulo, dadas as escalas de abate mais confortáveis da indústria local, os preços registram queda. O boi gordo está cotado entre R$ 266,00 e R$ 277,50 por arroba à vista e a R$ 278,00 por arroba a prazo. Na Região Centro-Oeste, o movimento de baixa é intensificado pela venda de lotes remanescentes de gado confinado, especialmente em Mato Grosso e Goiás.

Em Mato Grosso, a cotação está entre R$ 253,00 e R$ 258,00 por arroba à vista e em Goiás, a cotação é de R$ 261,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, é o fraco interesse de compra, pela paralisação de algumas indústrias, que segue fragilizando o mercado local e o boi gordo está cotado a R$ 254,00 por arroba à vista. Na Região Norte do País, as indicações de compra continuam pressionadas por causa da saída de muitas indústrias das compras de gado, preocupadas tanto com a inconsistência do consumo doméstico como com a menor demanda para exportação, sobretudo por parte da China. No Pará, o boi gordo está cotado a R$ 259,00 por arroba à vista e a R$ 260,00 por arroba a prazo. Na Bahia, a cotação é de R$ 275,00 por arroba. Em São Paulo, no atacado, os preços registram queda. O traseiro passou de R$ 20,60 por Kg para R$ 20,10 por Kg. O dianteiro caiu de R$ 15,60 por Kg para R$ 15,10 por Kg. Entretanto, o fluxo da comercialização segue instável e retraído, ainda reflexo dos sucessivos aumentos nos preços dos cortes bovinos verificados em novembro passado e quedas nos preços das carnes concorrentes.