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07/Dez/2020

Boi: ambiente será desafiador para setor em 2021

Segundo o Itaú BBA, a retirada do auxílio emergencial e a perspectiva de preços mais altos da carne bovina para o consumidor final devem contribuir para um ambiente mais desafiador no mercado do boi gordo em 2021. É incerto como ficará a demanda interna pelos alimentos mais caros, caso da proteína bovina, sem este estímulo disponível. Em função desses fatores, o principal ponto de atenção no setor da pecuária continuará sendo o mercado doméstico. Em 2020, a estimativa é de que o consumo per capita de carne bovina caia 10%, para 25 quilos por habitante, o que seria o menor patamar em mais de uma década. E isso ocorreria mesmo que as exportações não tivessem crescido neste ano, somente pelo efeito da menor oferta de gado terminado.

Ainda assim, o consumo interno continuará responsável por 68% da produção brasileira no ano. A escassez na disponibilidade de bovinos prontos para o abate deve persistir em 2021, mas que é possível que a oferta de crias aumente. O preço do bezerro, entretanto, tende a continuar sustentado, estimulando a retenção de fêmeas e, portanto, restringindo a oferta de boiada gorda. Um fator importante que se soma às questões referentes à oferta é a demanda externa. A perspectiva para as importações chinesas de carne bovina no próximo ano permanece positiva, podendo contribuir para a manutenção das cotações da arroba em altos patamares. Porém, a demanda chinesa é bem específica em termos de qualidade e características dos bovinos, restringindo parte da produção.

Porém, é no mercado doméstico que o 'boi comum' encontra espaço e este canal ainda é muito relevante, sendo importante destino das vendas dos frigoríficos, o que inevitavelmente insere o pecuarista às condições locais. Nesse aspecto, a projeção é de um ambiente positivo para a formação de preços do boi gordo em 2021, mas deve-se manter a atenção no ciclo de alta, uma vez que os elevados preços da reposição podem inviabilizar um bom resultado futuro. Isso porque o encarecimento dos custos de produção tende a impulsionar a arroba e, consequentemente, esbarra na capacidade de repasse de preços para a carne, em um momento de retração econômica. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.