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04/Dez/2020

Boi: margens de lucro mais apertadas em 2021

Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as margens de lucro devem ser mais apertadas para a pecuária no ano de 2021 em função da alta nos custos com alimentação. A tendência é que os valores do boi gordo devem continuar em patamares próximos a média dos últimos meses de 2020 diante da baixa disponibilidade de bovinos para o abate. O aumento nos custos da alimentação está sendo impactado pela a alta demanda interna e externa de milho e farelo de soja, principais insumos que compõem a ração animal, associada a possíveis impactos na produção de grãos como consequência do fenômeno climático La Niña, encarecerá os custos com alimentação. Os custos da ração vão comprometer a renda do produtor que opta pela utilização de estratégias intensivas na fase de terminação, como o confinamento. Nesse caso, os custos com a reposição de boi magro ainda estarão altos e a tendência de aumento nos custos com a ração também causarão redução das margens da atividade.

Com relação à oferta de bovinos, a retenção de fêmeas deve se estender até o final do próximo ano e isso continuará comprometendo na falta de animais prontos para abate, como foi observado em 2020. Somando a isso, a expectativa de demanda está pouco superior à oferta, mantendo a pressão positiva nos preços. O destaque na demanda em 2021 será para a carne bovina, cuja perspectiva é de aumento de até 700 gramas per capita no ano em relação à média de 2020, segundo análise da CNA frente aos dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Banco Central e Banco Mundial. Se houver recuperação da economia brasileira e relaxamento das medidas de distanciamento social, com retorno à normalidade das atividades de bares e restaurantes, o aumento na renda do consumidor brasileiro viabilizará o retorno do consumo de proteínas de carnes e lácteos.

A expectativa é que a recuperação da economia mundial em 2021 afetará as exportações de carnes, uma vez que manterá a demanda por produtos de origem animal elevada, sustentando os preços e o protagonismo do Brasil no mercado internacional dessa proteína. No entanto, a preocupação inicial do setor de carnes é a recuperação da quantidade de matrizes suínas na China, que vem ocorrendo em ritmo acima do esperado desde a crise da peste suína africana (PSA) em 2018. As projeções do Rabobank apontam que a recuperação total do rebanho chinês deverá ocorrer apenas em meados de 2024/2025. A produtividade das matrizes que estão sendo utilizadas está inferior ao esperado e, ainda, há o período de cerca de 10 meses para que os animais nasçam e atinjam idade de abate. Para a carne bovina brasileira, a expectativa é de ampliação de até 5% no volume exportado em relação ao projetado de 2020. Fonte: CNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.