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03/Dez/2020

Boi: as oportunidades com mudanças no consumo

Segundo o Rabobank, a pandemia do novo coronavírus e a peste suína africana (PSA) alteraram os hábitos de consumo de carne bovina em 2020, criando uma oportunidade para as cadeias de abastecimento. As medidas restritivas tomadas como forma de prevenção contra a Covid-19 aumentaram o consumo em casa, o que permitiu uma série de lançamentos de produtos e mudanças nos canais de comercialização de alimentos. Com a redução das preocupações com a doença, contudo, a percepção é de que muitos consumidores voltarão aos hábitos anteriores, mas grande parte vai continuar preferindo cozinhar em casa a retornar aos estabelecimentos de food service. Em 2021, neste segmento, haverá uma forte recuperação nos principais países do mundo. Deve-se notar que, apesar do provável crescimento dos restaurantes no próximo ano, o faturamento não deve ultrapassar o de 2019.

Enquanto o aumento das vendas no varejo compensará, até certo ponto, a queda nas vendas de foodservice e no volume, os preços mais altos dos alimentos ainda vão pressionar o setor. Em relação à demanda, o consumo de carne bovina costuma ficar equilibrado com a produção, e em momentos de crise econômica, os preços da proteína animal costumam ficar mais baixos como forma de estimular o consumo. Entretanto, o que estamos vendo em 2020 está quebrando essas percepções, baseadas em momentos passados. Os grandes pacotes de estímulo que têm sido usados para apoiar indivíduos e empresas têm proporcionado ao consumidor uma renda maior do que seria normalmente associada a este ciclo de desaceleração econômica. No Brasil, os efeitos da Covid-19 e das exportações ainda aquecidas de carne bovina pressionaram o mercado doméstico neste ano.

No pico da pandemia, por exemplo, houve uma queda de 9% no consumo da proteína animal, resultado do fechamento temporário de restaurantes, bares e hotéis. A estabilização do food service no Brasil, a chegada do verão e a melhora nas condições econômicas devem fornecer uma recuperação do consumo doméstico. Em relação à matéria-prima, os preços do boi gordo, embora tenham tido uma retração nas últimas semanas, continuam sustentados no Brasil, em função de uma escassez de gado terminado e da crescente demanda da China. A expectativa é de continuidade nos embarques volumosos para o mercado externo, especialmente para a China. A ocorrência de chuvas continua abaixo do esperado em muitas regiões do País, o que deve afetar negativamente a terminação de gado a pasto, além de manter os preços dos grãos em altos patamares. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.