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30/Nov/2020

Carnes: produção global recua levemente em 2020

O segundo Food Outlook de 2021 da FAO estima que a produção mundial de carnes de 2020 girará em torno dos 337,3 milhões de toneladas, recuando apenas 0,5% em relação a 2019. A nova previsão é menos pessimista que a de junho passado, ocasião em que os desdobramentos da pandemia de Covid-19 levaram à projeção de redução próxima de 2%. De toda forma, este será o menor volume alcançado no triênio 2018/2020. A maior redução continua recaindo sobre a carne suína. Porém, em índice bem menor que em 2019. No ano passado a queda foi estimada em 10%. Em 2020, projeta-se que recuará pouco mais de 4%. É previsto, também leve recuo de aproximadamente 1% na produção de carne bovina, devido a quedas na Índia, Austrália e Brasil, o que resultou em suprimentos apertados e na valorização do produto. Como está sendo prevista estabilidade na produção de carne ovina (menos de 5% do total mundial), somente a carne avícola (essencialmente, a de frango, pois a FAO individualiza a produção comercial de outras espécies de aves) tende a uma expansão no corrente exercício.

No entanto, o índice de incremento previsto, de 2,5%, corresponde quase à metade do registrado de 2018 para 2019. A ressaltar que a carne avícola se isola como a principal carne produzida no mundo. Em 2018 correspondeu a pouco mais de 37% da produção e, neste ano, sua participação deve ultrapassar os 40% da produção total. Ainda que marginalmente, aumenta, também, a participação da carne bovina, de 20,92% em 2018 para 21,35% em 2020. Assim, cai apenas a participação da carne suína, de 35,33% para 31,22%, uma redução de quase 12% em apenas dois anos. Já o comércio mundial de carnes deve atingir a marca dos 37,6 milhões de toneladas em 2020. Comparado ao ano anterior, esse volume representa aumento anual, considerado significativo, de 4%. De toda forma, esse índice é inferior ao registrado em 2019 (quando a expansão superou os 7%) e reflete os cortes de importação efetuados por muitos países em decorrência dos impactos negativos ocasionados pela Covid-19.

Porém, contrastando com a recessão global, continua ocorrendo expressivo aumento nas importações da China que deve aumentar suas compras externas em 45%, índice que representa cerca de 3 milhões de toneladas a mais que em 2019 e faz a China absorver perto de 30% das exportações mundiais de carnes. A maior parte das importações chinesas será atendida pelo Brasil, Estados Unidos, Canadá, México, Rússia e União Europeia. Apesar do aumento expressivo das compras pela China, uma série de fatores relacionados à Covid-19, como redução da demanda pelo setor de serviços de alimentação (food-service), gargalos logísticos e limitada disponibilidade de câmbio em alguns países importadores, enfraqueceu a relação exportação/importação, fazendo com que os preços internacionais das carnes recuassem este ano. A carne suína foi a que enfrentou maior recuo de preços. Seguiram-na a carne de frango, a bovina e, por último, a ovina. Por conta Covid-19, o mercado ainda pode sofrer interrupções e a demanda deve permanecer moderada nos próximos meses, o que manterá pressionados os preços internacionais das carnes. Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.